Festas Juninas – Por Dom Jaime Pedro Kohl
Junho é marcado pelas tradicionais Festas Juninas que já fazem parte da cultura do nosso povo e remetem aos santos comemorados neste mês: Santo Antônio, São Luiz Gonzaga, São João Batista, São Pedro e São Paulo. Cada um com sua peculiaridade.
O exemplo de vida, o testemunho de fé, a abnegação na caridade e a fidelidade a Deus são características comuns a todos. O santo é sempre alguém que encarnou o Evangelho. Ele comunica Deus, mesmo sem falar.
Santo Antônio por exemplo é um encanto de pessoa simples e inteligente. Diante da indiferença dos habitantes de Rimini vai à praça e começa a falar aos peixes que borbulham a flor d’água como se estivessem escutando e respondendo a palavra do pregador. O milagre da mula faminta que deixa o pasto e se inclina em adoração ao Santíssimo Sacramento na Eucaristia. A cura imediata sem nenhuma sequela do menino caído na água fervente. A ressurreição de um homem com um simples sinal de cruz.
Tamanha era sua intimidade com Jesus que foi visto conversando com o menino Jesus ao colo. Por onde passava reunia multidões que iam escutar seus sermões, muitas vezes seguidos de milagres. Mesmo assim ele não perdia sua simplicidade de frade franciscano.
São João Batista o mais lembrado folcloricamente, pois no dia 24 de junho é dia de acender a tradicional fogueira, gesto convencional utilizado pela família para comunicar ao povoado o seu nascimento. Hoje é acompanhada de foguetório, jogos, prendas, bailes. O clima é sempre de festa.
No dia 29 é a vez de São Pedro e São Paulo. Cada qual a seu modo, contribuiu eficazmente para edificar a Casa de Deus neste mundo como sinal da Morada Eterna que nos é prometida em Cristo.
Pedro, escolhido por Jesus para ser o chefe dos apóstolos, soube apascentar as ovelhas que lhe foram confiadas, confirmando-as na fé com o derramamento do próprio sangue.
Paulo, agraciado com o dom da verdadeira conversão ao Evangelho, tornou-se o grande apóstolo dos gentios e o incomparável defensor da gratuidade da salvação, vindo também ele, a derramar o seu sangue como supremo testemunho de fé que tão zelosamente anunciava com muitas provações.
Se Pedro representa simbolicamente a unidade da Igreja, Paulo revela sua vocação missionária.
Essas devoções populares vão se afirmando como maneiras legitimas de viver a fé cristã e a vida dos santos como lugares privilegiados de encontro com Jesus Cristo. Deixemo-nos contagiar por estas festividades.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br