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Filho de vítimas do Morumbi tentou socorrer pai

O menino de 7 anos que viu os pais sendo mortos a tiros na noite de terça-feira (26) em uma avenida no Morumbi, Zona Oeste de São Paulo, tentou socorrer o pai após o crime. A própria criança teria contado a história à babá, Eva Gomes da Cruz, de 28 anos. “Ele disse que depois que os bandidos correram, ele desceu do carro e foi tentar ajudar o pai”, conta.

O bancário Glauber Alexandre Shiba Paiva, de 37 anos, e a mulher dele, a dona-de-casa Marta Maria Sena de Oliveira, de 30 anos, foram abordados e assassinados a tiros por criminosos por volta das 23h30, na Avenida Alberto Augusto Alves. O filho do casal estava no banco traseiro do veículo e não foi atingido.

Segundo a babá, o menino falou sobre o crime antes de ir para o Recife, onde seus pais foram enterrados na quinta-feira (28). “Ele se assustou quando viu a avó aqui e perguntou: a 'vó' tá aqui pelo que aconteceu ontem (terça, 26), né?”. A babá perguntou “e o que aconteceu ontem?”. O menino então teria contado o que viu.

Segundo a criança, além dos disparos que mataram os pais, os criminosos ainda teriam atirado uma última vez antes de fugirem. Nessa hora, de acordo com a babá, o menino conta que se abaixou no banco de trás do carro. Em seguida, ele teria saído para tentar socorrer o pai, que estava caído no chão. Uma senhora que passava pelo local teria ajudado a criança e feito companhia a ele até os policiais chegarem.

De acordo com Eva, a família voltava de uma festa de um colega do menino quando o crime aconteceu. “Eles nem queriam ir à festa. Mas 'seu' Glauber era muito de fazer o gosto do filho”, lembra.

A babá acompanhou o menino até o aeroporto na quarta-feira (27), onde ele embarcou para a capital pernambucana. “Ele estava triste. Ficou calado, olhando para o tempo”. Eva não sabe quando a criança retornará a São Paulo.

Premonição
Para Eva, o menino previu o crime. “Parecia que ele estava prevendo, deve ter sonhado com alguma coisa”, diz. Segundo ela, na própria terça-feira, na escola, o menino desenhou um carro de polícia e estava “apavorado” para mostrar a figura ao pai.

“Ele sempre queria que a mãe chegasse primeiro em casa. Naquele dia, torceu para ser o pai”, relata a jovem, que cuidou da criança nos oito meses em que a família viveu em São Paulo.

Apesar de estranhar a insistência do menino em mostrar o desenho ao pai, a babá não desconfiou da atitude dele. “Não me interessei em perguntar o que era. Mas quando recebi a notícia, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi isso”, conta.

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