Frota gaúcha alcança a marca dos cinco milhões de veículos
O Rio Grande do Sul atingiu no mês de dezembro a marca dos cinco milhões de veículos. O recorde histórico motivou, por parte do Detran/RS, um estudo aprofundado da frota estadual, sua distribuição por regiões, o índice de motorização nas cidades gaúchas e a posição do RS em relação aos outros Estados.
Os dados levantados apontaram um crescimento médio de 6,4% ao ano, de 2004 até agora, passando de 3,2 milhões naquele ano para 4,1 milhões, em 2008, até chegar ao valor obtido no final de 2011. Se a média de crescimento for mantida, em 2020, (marco que a ONU estabeleceu para que seja atingida a meta de redução em 50% das mortes em acidentes de trânsito no mundo) serão 8,7 milhões de veículos circulando no Rio Grande do Sul.
O aumento da frota (a evolução no período foi de 54%, ou seja, mais de 1,7 milhão) traz desafios não só ao Poder Público, mas também ao cidadão. Deverá ser observada a qualificação na infraestrutura das cidades, o cuidado com a questão da poluição ambiental, da prevenção de acidentes e educação para o trânsito. Outra questão pouco lembrada é a da destinação dos veículos fora de uso.
Segundo o estudo, o motorista gaúcho começa a perceber as desvantagens do veículo particular: congestionamentos, custos cada vez mais altos com despesas de estacionamento, a própria falta de locais para estacionar, aumento dos furtos e roubos. Esses fatores tem tornado o carro, muitas vezes, um inconveniente, mais que um conforto. Assim, algumas pessoas buscam alternativas como morar mais próximo do trabalho, utilizar transporte público e transportes alternativos, como a bicicleta.
Motocicletas
O aumento da frota de motocicletas é um reflexo dessa situação. Contornando as desvantagens dos congestionamentos e dos custos elevados de manutenção de um automóvel, a frota de motocicletas cresceu quase 97% no período, enquanto a de automóveis cresceu 45%. Hoje, as motos são 19,6% da frota gaúcha e, juntamente com os automóveis, totalizam 80% da frota gaúcha. Percentualmente, destacam-se também, em crescimento, a frota de utilitários que passou de 1,4 mil veículos, em dezembro de 2004, para 20,8 mil em dezembro de 2011 (incremento de 1.337%); e os tratores, que aumentaram a frota em 121%, passando de 2,6 mil para 5,8 mil no período.
As cidades com mais de 70 mil habitantes que registram maior concentração de motocicletas são: Lajeado, com 163 motos para cada mil habitantes; Santa Cruz do Sul, com 148; Santana do Livramento, com 143; Rio Grande e Sapiranga, com 137 e 132, respectivamente. Porto Alegre tem uma concentração de 57 motos para cada mil habitantes.
RS por regiões
As regiões com maior taxa de motorização (mais veículos em relação à quantidade de habitantes) são o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha, com 577 e 576 veículos a cada mil habitantes, respectivamente. As maiores taxas estão nas cidades de Lajeado e Bento Gonçalves, com mais de 600 veículos por mil habitantes. Porto Alegre está na 148ª posição no RS, com uma taxa de motorização de 504 (a 10ª entre as cidades com mais de 70 mil habitantes).
A posição do RS no ranking brasileiro
Dados do Denatran, que centraliza estatísticas de frota de todos os Estados brasileiros, apontam que a maior taxa de veículos por habitante está na região Sul, destacando-se Santa Catarina, com a maior taxa do Brasil. São 587 veículos a cada mil habitantes. O RS ocupa a 5ª posição no ranking, com 480 veículos para cada mil habitantes (quase um para cada duas pessoas), bem acima da taxa do País, que é de 374 veículos a cada mil habitantes (um para três). A comparação entre as capitais brasileiras mostra que Curitiba tem o maior índice de motorização, com 774 veículos a cada mil habitantes. Segue-se Goiânia (734), Florianópolis (640) e Belo Horizonte (627).