Na justificativa anexada ao projeto, Sossella lembra que os artigos 220 e 221 da Constituição Estadual explicitam a intenção do Estado em promover e proteger a cultura em suas diversas manifestações, e destaca a singularidade da gaita:
“Talvez não seja por acaso que os gaúchos, tão ciosos de uma pretensa identidade singularmente própria em relação ao resto do país e do mundo, tenham escolhido a gaita como representativo da sua música regional”, diz ele.
Identidade
Tocador de gaita desde os 14 anos, Sossella considera a música uma terapia. “O cantar desperta a alma e torna mais leve o viver”, afirma, parafraseado o compositor missioneiro Cenair Maicá.
“A música é uma forma de levar um pouco de alegria e um veículo propício para criar maior interação entre as pessoas”.
Histórico
Ainda na justificativa do projeto, Sossella registra que a gaita foi desenvolvida em 1829, em Viena, na Áustria, com base em um instrumento de sopro chinês chamado Cheng.
No século XIX, teria ganhado o mundo depois de passar pelas regiões de Stradella e Ancona, na Itália. Os primeiros registros da sua presença no Brasil remontam à guerra do Paraguai, mas ele só se tornou verdadeiramente popular no país final do século XIX, com as levas de imigrantes italianos, que traziam consigo os seus acordeões.
O instrumento consiste em duas caixas retangulares dispostas em posição vertical ligadas entre si por um fole de cartão plissado. Dentro das caixas, estão as palhetas que, acionadas pela agitação de dois tipos de teclado, emitem som pela vibração da passagem do ar que é empurrado por meio dos movimentos do fole. No Rio Grande do Sul, há diferenças entre os acordeonistas da zona serrana para aqueles da área dos Pampas, estes mais influenciados pelo folclore argentino-uruguaio.