Gestão Pública – Jayme José de Oliveira
Unanimidade rara entre os brasileiros: “O país precisa renovar urgente e profundamente seus métodos de gestão pública”. Dispersas e diminutas, há por certo ilhas de eficiência de modernidade. São bons exemplos que podem acelerar a transformação indispensável. É um tema fundamental para a sociedade a discussão: para que servem os governos, como se apresentam, atuam e como revolucionar a reconhecida ineficiência em todas as esferas.
O grande diferenciador entre sociedades avançadas e subdesenvolvidas é a forma como representam os indivíduos e devolvem os impostos arrecadados. Na forma de obras de interesse coletivo, segurança, saúde e educação? No Brasil, antes de enxergar o bem comum, as corporações enquistadas no poder procuram, acima de tudo servirem-se, manter e ampliar seus privilégios, mesmo à custa do sacrifício imposto à sociedade, uma maioria que só tem vez e voz quando convocada para eleger os líderes que supostamente deveriam defender os interesses dos eleitores. Não o fazem.
Utopia? Ao contrário do regime idealizado por Thomas Morus onde os componentes duma sociedade estratificada, sem possibilidade de alçar a níveis superiores graças a esforço e competência, via-se constrangida, geração após geração, a seguir os passos dos progenitores. Um regime onde as castas eram impositivas como numa colmeia, desconsiderando quaisquer veleidades de progresso e ascensão social, profissional, de qualidade de vida.
Se nos tempos pré-computador e da WEB se tornavam indispensáveis procedimentos burocráticos (ou BURROcráticos) pela absoluta falta de alternativas, o mundo informatizado criou atalhos que agilizam, de maneira estonteante até, os procedimentos antes morosos, passíveis de falhas e facilitadores da famigerada corrupção.
Utopia? Ao contrário, esforço, dedicação e conhecimento abrem portas a posições proeminentes que não apenas elevam pelo status como beneficiam a sociedade em geral pela agilidade e economia gestadas.
Utopia apenas viável para países com orçamentos gigantescos? A Estônia, por exemplo, pequeno país do leste europeu, auxiliado por algoritmos economiza montanhas de papéis em relatórios, proposições, debates bizantinos, etc., resultando no direcionamento de investimentos para a saúde, educação e segurança, minimizando problemas do dia a dia da população.
Estamos no limiar dum salto como o ocorrido com o advento da era industrial. Diziam os críticos da época que empregos seriam detonados quando, na realidade, houve uma valorização e criação duma mão de obra de maior qualidade e melhor remunerada. Consequência correlata, os produtos se tornaram mais acessíveis. A produção em série permitiu que os preços diminuíssem paulatinamente a ponto de se tornarem acessíveis à população em geral.
O que tem isso a ver com a gestão pública? TUDO! Quando CCs, FGs, e outras excrescências forem extirpadas e a “governabilidade” não mais ficar dependente do famigerado toma-lá-dá-cá aos setores produtivos será dado o devido valor e os “parasitas”, cuja “produtividade” se resume em servirem de áulicos aos sátrapas de ocasião, terão o destino merecido: a extinção. E, SÓ ELES E SEUS MENTORES SENTIRÃO A FALTA.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado