Glória Maria – Erner Machado
Glória Maria Matta da Silva, ou simplesmente Gloria Maria, foi estagiária da Globo nos anos 69 e acabou, sendo efetivada nos anos 70 , em razão de já ter concluído o curso de jornalismo na PUC do Rio de Janeiro.
Nasceu no mesmo bairro de Noel Rosa e de Martinho da Vila e, igual a seus conterrâneos ,que brilharam na poesia e na musica ela brilhou, como rara estrela, no Jornalismo brasileiro.
De 1970, até dezembro de 2023, quando se licenciou para tratamento de um câncer, foi figura presente e insubstituível nos noticiários da Globo cujas tarefas desempenhou com extrema elegância, com dignidade e, acima de tudo, com profissionalismo e isenção, qualidades tão singulares, no jornalismo de nossos dias.
Pode-se dizer, sem medo de errar, que nestes 52 anos de atuação frente às câmeras da Globo encantou gerações de crianças que, se tornaram jovens e adultos, presenciando suas falas e seus comentários marcados por um sorriso encantador que emoldurava seu rosto e era marca registrada da sua bela figura de mulher.
Valho-me, para dizer que todos nós ficamos menores e mais sós, do poeta Inglês John Donne que nasceu em 1571 e morreu em 1632 e no seu espetacular poema diz: “Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por vós”
Neste ano de 2022, nos deixaram Erasmo Carlos, Gal Costa, Jô Soares, Milton Gonçalves, Arnaldo Jabor entre outros e, agora, no limiar de fevereiro de 2023, no dia de Iemanjá a Gloria Maria parte, para brilhar, como uma estrela de primeira grandeza no universo do infinito e do desconhecido.
Por isto os sinos ao dobrarem hoje não dobram, somente, por todos os que partiram e , principalmente , pela Gloria Maria.
Eles dobram por todos seres humanos!
E, compondo a harmonia dos sinos dobrando, podemos ouvir um toque de guitarra pampiana, acompanhando Jaime Caetano Braun que declama um Poema cuja último verso diz: … O Milenário Ritual da Morte Pealando a vida…!