Há três meses, Câmara de Vereadores de Imbé repudiou demissão de funcionários das monoboias da Petrobras
Um vazamento de óleo com pelo menos 10 quilômetros de diâmetro foi identificada nas primeiras horas desta quinta-feira (07) entre as cidades de Imbé e Tramandaí, conforme estimativa visual feita pela Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (Dema), órgão vinculado à Polícia Civil. Segundo análise prévia, o vazamento do produto teria ocorrido após o rompimento de um mangote – espécie de duto submarino – que liga a monoboia ao navio que faz o transporte do óleo.
Há três meses, a Câmara de Vereadores de Imbé encaminhou para a Agência Nacional de Petróleo (ANP) uma Moção de Repúdio apresentada pelo vereador Nilton Gaudério (PSDB) e pelo presidente da Casa, vereador Fabrício Rebechi (PDT), alertando para o risco decorrente da demissão de pelo menos 12 dos 28 funcionários que atuavam nas monoboias da Petrobras em Tramandaí. O alerta se deu principalmente por vazamentos ocorridos recentemente – o último deles em julho de 2014, quando aproximadamente 25 barris de petróleo foram derramados no mar após vazamento em uma das monoboias.
Através do Requerimento 08/2016, apresentado na sessão extraordinária do dia 15 de janeiro, os vereadores solicitaram que a ANP repensasse e revertesse a demissão, não apenas pelos funcionários demitidos mas também pelos que seguiriam trabalhando nas ações de descarregamento de petróleo nas monoboias. Em nota encaminhada no início de março, a ANP respondeu ao Legislativo afirmando que a Petrobras Transporte S.A. (TRANSPETRO) “é responsável por manter as condições técnicas previstas e comprovadas para a emissão da autorização de operação, em especial às condições de segurança operacional, aos condicionantes para as operações das monoboias e aos procedimentos operacionais”.
A ANP complementou enfatizando que “solicitou à Petrobras que encaminhasse os procedimentos operacionais revistos em função da redução do número de operadores” e que incluiria em sua programação anual “a fiscalização do Terminal de Tramandaí de modo a verificar os aspectos de segurança operacional”.
Nesta tarde, uma sessão extraordinária foi convocada para votar uma nova Moção de Repúdio por conta do vazamento. Com a assinatura de todos os vereadores, a moção tem como objetivo somar forças às ações que vêm sendo adotadas pelo Executivo Municipal no sentido de prevenção e reparação dos danos causados pelo acidente. “Era sabido que, se caso viesse a acontecer algum problema como o que ocorreu agora, o número de servidores não atenderia a demanda com caráter de urgência”, lembrou Rebechi. “Temos um dano irreparável ao meio ambiente. Estamos entrando no período da entressafra da tainha, que movimenta não apenas a economia local como a economia de toda a região. Sabe-se lá qual o impacto que este vazamento terá na economia dos nossos pescadores”, projetou. “Além de não nos darem o recurso dos royalties na sua totalidade, ainda estão nos prejudicando de forma irreparável”, concluiu o presidente.
Talis Ramon