Jayme José de Oliveira
Colunistas

Havia uma luz no fim do túnel – Jayme José de Oliveira

Um contexto harmônico onde os participantes respeitam as regras que permitem um convívio sem a prepotência dos “mais iguais” deveria – DEVERIA – ser a norma nas relações familiares e também entre os habitantes de qualquer país A própria Constituição determina no seu Art. 5º:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Infelizmente não é o que ocorre no Brasil. Lembrando George Orwell, escritor inglês que na década de 1940 publicou a magistral obra “Revolução dos Bichos”, onde se reporta a existência dos “mais iguais”, aqueles que estão acima do Bem e do Mal e não dão a mínima para a LEI, muito menos ao Art. 5º da Constituição. Desde priscas eras a classe dos dirigentes políticos abriga elementos que se julgam “imexíveis” e intocáveis.  Usam e abusam do pressuposto “direito de ignorar a lei”.

O “rouba, mas faz” é um dos bordões mais conhecidos da política brasileira. Sua origem remete ao ex-governador e ex-prefeito da capital de São Paulo Adhemar de Barros (1901-1969).                                                                           Se analisarmos sem partidarismo os últimos anos, no Brasil, o estratosférico acréscimo na dívida brasileira pode estar vinculado a atitudes “não republicanas adotadas”.

DÍVIDA DO BRASIL 2002 – R$ 852 bilhões – 0,842 trilhão;

2012 – R$ 1,89 trilhão;

2019 – R$ 4,25 trilhões – ZH 28/02;

2021 – R$ 6,797 trilhões (julho) – BANCO CENTRAL.

E não digamos que o Executivo abriga esses energúmenos com exclusividade. Judiciário e Legislativo não ficam atrás.

Para controlar e fiscalizar TODOS os habitantes do país, o Ministério Público (MP) age, e para tanto não deve ter suas atividades moralizadoras cerceadas por empecilhos criados precipuamente para tanto. O controle para evitar desvios existe e é exercido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Para investigar as diatribes que ocorrem no país, em 17 de março de 2014 teve início a operação Lava Jato. Conta com 80 fases operacionais autorizadas, entre outros, pelo então juiz Sérgio Moro, durante as quais foram presas e condenadas mais de cem pessoas. Foi extinta em 1º de fevereiro de 2021.

LAMENTÁVEL OCORRÊNCIA!

Reagindo ao sucesso da operação, os que se sentiram atingidos ou ameaçados pela devassa dos seus descaminhos se arregimentaram unindo forças para neutralizar a ameaça à sua contumaz impunidade. A Lava Jato investigou, julgou e decretou a prisão de indiciados, inclusive o ex-presidente Lula. Este fato causou pânico em áreas nunca antes pressionadas. Com a eleição de Bolsonaro aumentou o número dos que se sentiram ameaçados. Uniram-se aos anteriores para eliminar a Lava Jato e outras que iniciavam atividades para, se não eliminar, dificultar sobremaneira a corrupção.

 Quando a Odebrecht se esbaldou nos quatro cantos do mundo com contratos, pontes, obras viárias suntuosas, etc. – obras que aqui no Brasil se fazem necessárias e nunca iniciam e quando começam não são concluídas.

Ponte no rio Orinoco conclusa, ponte no rio Guaíba (na época) paralisada. Porto Mariel, em Cuba, de primeiro mudo, porto de Santos deteriorado. Obras viárias na África perfeitas, o Brasil com uma rede de estradas que conhecemos e lastimamos. Etc. Todas financiadas pelo BNDES com juros subsidiados pelo Brasil. Pagamento das parcelas vencidas(???)

BOMBAS FINANCIADAS PELO BNDES – Acesse o link

https://raymundopassos.jusbrasil.com.br/noticias/177552720/a-bomba-do-bndes-esta-para-estourar-20-obras-e-3000-emprestimos-a-outros-paises Raymundo Passos

Se na época existisse a LAVA JATO isso não teria acontecido e se ocorrido, denunciado.

A Lava Jato foi destruída, a luta contra a corrupção continua timidamente através do Ministério Público e isto representa um perigo para os que escaparam da Lava Jato.

Mas a luta pela impunidade continua.Elucubrou-se a PEC 5 para cercear os poderes da Ministério Público. Promotores e procuradores se opõem radicalmente argumentando que provocará interferências políticas. Sem independência e sob pressões políticas, não será possível combater o crime organizado e a corrupção.

Na sessão do Congresso da 4ª-feira, 14 de outubro, a reação contrária conseguiu evitar que a PEC fosse aprovada e o futuro da moralização continua em discussão.

Lembro o pensador e escritor romano (1 a.C.) “Quem perdoa uma culpa encoraja a cometer muitas outras”.

“O sonho de muitos políticos com a PEC 5 é fazer do CNMP um apêndice de um Congresso infelizmente repleto de parlamentares para os quais o Ministério Público não passa de um obstáculo incômodo.”

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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