Hiperinflação – Jayme José de Oliveira
Governadores, que não tem meios de gerar verbas para cobrir despesas (estão literalmente quebrados) ao contrário do governo federal, que pode aumentar a dívida já insustentável, PRECISAM ABANDONAR QUESTIÚNCULAS POLÍTICAS, IDEOLÓGICAS E, EM BLOCO, FORMAR UMA FRENTE UNÍSSONA. Precisam apresentar propostas coerentes, coesas e inadiáveis visando a curto prazo desafogar o garrote asfixiante e, a longo prazo afastar o Brasil da hiperinflação e consequente ingovernabilidade total.
Serão medidas impopulares por certo, exigirão emendas constitucionais que modifiquem estruturalmente e não apenas conjunturalmente o arcabouço falido. O Congresso terá de se compor para aprovar medidas que só surtirão efeito com o decorrer do tempo. Isso não se coaduna com interesses imediatos, principalmente em ano de eleições.
A reforma da Previdência e cortes profundos nas despesas não essenciais, mas tão do agrado de parlamentares com olho no eleitorado e futuros mandatos. Providências afins demandam tempo, persistência e coragem. Desmandos históricos não são corrigidos de supetão.
O governo federal tem que admitir os erros que nos conduziram ao descalabro financeiro e econômico, admissão que jamais foi explicitada e, talvez, infelizmente, muitas vezes nem seja percebida. Oposicionistas precisam reconhecer que tem parte da culpa pelo que fizeram e deixaram de fazer quando no comando.
Não tem anjinho na parada.
A eterna e estapafúrdia afirmação que “fatores externos” são os responsáveis pelas nossas vicissitudes em vez de fazer o “mea culpa”, início do caminho para solicitar a colaboração da população, políticos, economistas, sindicatos, grupos sociais e demais grupos que apoiam o governo DESDE QUE NÃO TOME MEDIDAS CONTRÁRIAS A SEUS INTERESSES IMEDIATOS. E aqui reside o nó: MEDIDAS EFETIVAS CONTRARIAM, COM CERTEZA, INTERESSE IMEDIATOS.
O que não se quer enxergar, por ideologia ou por conveniência, é que remédios amargos são como cirurgias de tumores malignos, amargos, dolorosos, por vezes mutiladores, mas indispensáveis. Evitar essas medidas, fatalmente, leva o organismo à morte e o país à insolvência.
Quem viveu as agruras antes do Plano Real (1.994) sabe o que significa ver o dinheiro corroído dia-a-dia. Receber o salário e correr ao supermercado comprar o rancho do mês para que não acabe antes do fim do mês. Não poder esperar porque a remarcação dos preços era diária.
O governo protelava os pagamentos e assim o fazendo a inflação contribuía para diminuir o déficit. Os ricos, os abonados, sempre souberam se defender reajustando os preços e aplicando no overnight (os bancos pagavam juros diários). Os pobres não tinham, nunca têm possibilidades de se defender. Aliás, “apertar o cinto” era o que lhes restava.
Quem é mais sacripanta? A oposição que não vota medidas urgentes, apenas para desgastar o governo? Políticos da base aliada que também agem assim por estarem reféns de sindicatos e movimentos sociais, ou por ideologia? Sindicatos que exigem reposições acima da inflação? Vândalos que espalham o terror e a destruição por qualquer dá-cá-aquela-palha? O governo que não admite erros cometidos ao longo da gestão e resiste em “dar o braço a torcer? Eu, você, nós, que assistimos tudo inertes? NEM UM NEM OUTROS, TODOS.
Se não formarmos uma frente única, mesmo à custa de sacrifícios momentâneos, preparemo-nos para um alinhamento com a GRÉCIA.
Em 1.993 a inflação atingiu 2.708,39% (IGP-DI da FGV).
FOI POSSÍVEL DOMAR, MELHOR E MAIS FÁCIL PREVENIR.
“OFERTAS” DURANTE a hiperinflação no Brasil – A moeda era o Cruzeiro. Lavadora de roupa: Cr$ 1.350,000,00 – Vídeocassete: Cr$ 4.419.000,00 – Galinha Avipal (1kg): R$ 5.390,00 – Batata lisa (1kg): R$ 2.590,00 – Margarina Doriana (500 g): Cr$ 42.900,00 – Leite Longa Vida (1 litro): R$ 29.900,00. Desvalorizações da moeda brasileira no período compreendido entre 1967-2017. Acompanhe o surgimento das diversas moedas, esforço doloroso e, pior, inútil antes do Plano Real.
SEGUREM-SE PARA NÃO CAIR:
De 1967 até a presente data houve quatro desvalorizações na proporção de 1.000 para 1 e uma de 2.750 para um. Isso significa que um Real (R$1,00) tem valor equivalente a Cr$2,75 quatrilhões de cruzeiros de 1942.
Antes de 1942, desde o tempo do Brasil-Colônia, o padrão monetário era representado pelo “Mil-Réis”, as notas e moedas usadas partiam de “$1000” (Mil-Réis). Não existiam centavos, eram usadas moedas de 10 ou 20 réis.Esse é um mero cálculo aritmético, temos que considerar as mudanças que advém da maior ou menor facilidade em obter os produtos e outros fatores que influem no real valor deles.
O Real (R$) teria valor equivalente a $2,75 quatrilhões de Mil-Réis.
A inflação entre os anos 1964/1994 foi de:1.302.442.989.947.180%.SIM: 1 quatrilhão, 302 trilhões, 442 bilhões, 989 milhões, 947 mil e 180%.
Antes da Primeira Guerra Mundial, o marco alemão, o xelim britânico, o franco francês e a lira italiana tinham aproximadamente os mesmos valores — quatro para um dólar. Ao fim de 1923, a taxa de câmbio do marco já era de um trilhão de marcos para um dólar — o que significa que a moeda havia perdido 99,9999999996% do seu poder de compra nesse período; ou, em outras palavras, ela valia um milionésimo de milhão do que valia há apenas dez anos. A cédula de CEM BILHÕES DE MARCOS equivalia a 10 CENTAVOS DE DÓLAR.
ALGUÉM TEM SAUDADES OU QUER CHEGAR A ESSE PONTO?
Jayme José de Oliveira
Cirurgião-dentista aposentado