Morador de Osório é condenado acusado de incendiar carro e matar mulher para receber seguro
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Homem que matou esposa por seguro de vida é preso em Osório

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Brigada Militar prenderam um homem de 62 anos, foragido da Justiça pelo crime de feminicídio, na tarde de sábado (24), na BR-101, em Osório.

O indivíduo possuía um mandado de prisão em aberto após ser condenado, em 15 de agosto de 2023, a 27 anos de reclusão por incendiar o carro e assassinar sua esposa, Maria de Fátima de Andrade Silva, de 45 anos, com o objetivo de receber seguros de vida.

A abordagem ocorreu em frente à Unidade Operacional da PRF, quando os agentes ordenaram a parada de uma carreta cujo motorista era suspeito de estar foragido da Justiça.

Após verificações nos sistemas, a identidade do homem foi confirmada, e ele foi detido.

O condenado havia sido sentenciado por homicídio triplamente qualificado, caracterizado por motivo torpe, uso de fogo e dissimulação, devido ao crime cometido em 2011.

O criminoso, que já possuía antecedentes por estelionato, ameaça e outro feminicídio registrado no ano passado, foi encaminhado à Polícia Judiciária de Osório.

A carreta que ele conduzia foi recolhida ao depósito do Detran por irregularidades administrativas.

Relembre o caso

Em 7 de dezembro de 2011, na RS-486 (Rota do Sol), no município de Itati, o então morador de Osório viajava no sentido Terra de Areia – Caxias do Sul.

Conforme a justiça, o homem, morador de Osório, seguia no sentido Terra de Areia – Caxias do Sul, quando, no km 8, parou o veículo Honda Civic no acostamento, encharcou a vítima e o interior do carro com combustível e ateou fogo, empurrando o automóvel em chamas com a mulher dentro em uma ribanceira.

O veículo ficou totalmente destruído.

Depois disso, o réu aguardou o socorro, fingiu profundo pesar pela morte da companheira e apresentou uma versão para o caso.

Disse que o carro entrou em pane mecânica e que, por orientação dele, a sua mulher sentou no banco do motorista para acionar a ignição.

No entanto, por descuido da própria vítima, ela acelerou e perdeu o controle do automóvel, que desceu uma ribanceira desgovernado e pegou fogo, matando a vítima carbonizada, de acordo com o MP RS.

A morte entraria para as estatísticas de acidente de trânsito não fosse um vídeo

A história contada pelo corretor parecia verossímil.

Após uma pane no Honda Civic da família, ele estaciona o carro no acostamento da ERS-486 (Rota do Sol), em Itati.

Sai do veículo, abre o capô e começa a analisar o motor.

A mulher dele, a dona de casa Maria de Fátima Andrade Silva, de 45 anos, orientada pelo marido, assume o volante.

Por descuido, ela acelera o carro, que desce uma ribanceira e pega fogo.

Maria de Fátima, presa ao cinto de segurança, morre carbonizada.

A morte entraria para as estatísticas de acidente de trânsito não fosse um vídeo, postado na internet, levar a Polícia Civil a investigar o caso, cujo desfecho foi surpreendente.

Conforme inquérito policial e a denúncia do Ministério Público, Silva teria incendiado o veículo e matado a mulher para receber R$ 824,1 mil do seguro.

O episódio ocorreu por volta das 10h do dia 7 de dezembro de 2011.

Pela versão do acusado, ele e a mulher viajavam de Osório, onde moravam, para Caxias do Sul, quando o veículo, dirigido por ele, teve uma pane próximo ao km 8 da Rota do Sol.

Cerca de 20 minutos depois, um viajante de Santa Catarina parou no local do acidente e registrou com um celular imagens de labaredas no interior do veículo e o lamento do homem deitado à beira da estrada.

— Minha esposa faleceu. Tá lá dentro. Não consegui salvar ela. Companheira de 27 anos. A gente estava com a vida boa — contou ele, chorando.

Em depoimento, ele sustentou que a mulher foi vítima de acidente.

Ele não recebeu o dinheiro das seguradoras e foi indiciado e denunciado à Justiça.

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