Homeostase – Jayme José de Oliveira
A palavra “homeostase” deriva dos radicais gregos “homeo” (o mesmo) e “stasis” (ficar) e foi cunhada pelo médico e fisiologista americano Walter Cannon. O termo é utilizado para indicar a propriedade de um organismo permanecer em equilíbrio, independente das alterações que ocorrem no meio externo. Se não tivéssemos essa capacidade, certamente, já teríamos sido extintos ou, no mínimo, estaríamos em uma posição muito inferior na escala.
Se as condições do ambiente externo sofrem variações, os mecanismos homeostáticos são o que garante que os efeitos sejam mínimos para o organismo. Controlam a temperatura corporal, PH (acidez), volume dos líquidos corporais, pressão arterial, batimentos cardíacos e concentração dos elementos no sangue.
A regulação da glicose no sangue é um exemplo, quando nos alimentamos a taxa de glicose aumenta, estimulando a produção de insulina. Nos diabéticos esse mecanismo não funciona adequadamente e as injeções de insulina (descoberta em 1921) permitem manter o equilíbrio indispensável à vida saudável. Esse hormônio garante que as células absorvam a glicose e armazenem o excesso na forma de glicogênio. Quando a redução dos níveis de glicose acontece, a insulina para de ser liberada e isto evita que ocorra uma hipoglicemia (fatal se não for controlada). A secreção de glucagon, hormônio de efeito contrário à insulina, age até que reestabeleça o equilíbrio. É um mecanismo que garante a existência de glicose na corrente sanguínea no nível necessário. Nem excesso (hiperglicemia), nem carência (hipoglicemia), ambas fatais se não controladas.
A insulina foi descoberta em 1921 pelos cientistas Freerick Bantrig e John Mac Leod que, em 1923, foram agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina.
Devemos considerar a importância da homeostasia psicológica, nossa psique sofre alternâncias no decorrer da existência que são equalizadas e assim se reconquista o equilíbrio entre as necessidades de um indivíduo e o suprimento dessas mesmas necessidades. Quando isso não ocorre acontece uma instabilidade interior, solucionada com alterações nos comportamentos, para culminar na satisfação dessas necessidades.
Para garantir a homeostase o nosso organismo conta com alguns recursos no sistema nervoso e no sistema endócrino. O sistema nervoso informa que algo de errado está acontecendo e produz uma resposta ao estímulo. O sistema endócrino, por sua vez, secreta mensageiros químicos para restabelecer o equilíbrio. A ativação da insulina ou do glucagon, alternadamente, garantem o equilíbrio essencial. Quando, por qualquer motivo, o pâncreas diminui ou para de produzir insulina, recorre-se à aplicação de injeções de insulina para contornar o problema e restabelecer o equilíbrio.
Há muitos tipos de homeostase além do que já foi referido e que ocorrem num organismo vivo, todo o planeta se equilibra com a homeostasia.
TIPOS DE HOMEOSTASIA
ECOLÓGICA: Refere-se ao equilíbrio em nível planetário.
BIOLÓGICA: Correspondente à manutenção do ambiente interno, ou seja, seus fluídos corporais.
HUMANO: Além dos fluídos inclui fatores como temperatura, salinidade, PH e concentrações nutrientes.
Esta constância de pesos e contrapesos que se verifica em todos os pontos do universo apenas nos faz reconhecer que tal harmonia até às mais recônditas minúcias nos leva a crer que não é concebível ser originária do acaso. Se é indubitável que a evolução é um fato inconteste, não devemos, nem podemos, duvidar que deve haver um fulcro, um início, um provedor, deem o nome que quiserem, mas não duvidem da Sua existência.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado