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Índice de pobreza extrema no RS é metade do registrado no Brasil

Pelo menos uma boa notícia para os gaúchos pode ser ouvida em meio a uma discussão de índices que caracterizam sofrimento para uma expressiva parcela da população: no Rio Grande do Sul, o percentual de pessoas em pobreza extrema é metade do verificado no Brasil. A divulgação dos dados relacionados à pobreza no Estado foi feita na manhã desta quinta (26), pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão. A palestra foi uma promoção da Fundação de Economia e Estatística, vinculada à Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã.

No Rio Grande do Sul, o índice de pobreza extrema é de 2,1%, enquanto que no Brasil é de 5,2%. No meio rural, o Rio Grande do Sul também apresenta um índice favorável em relação aos dados gerais do País: 3,3% da população do meio rural em extrema pobreza, enquanto no Brasil o índice é de 12,7%. O que quer dizer, entretanto, que a pobreza extrema tem maior concentração no meio rural do que no urbano.

Em outras áreas, o Rio Grande do Sul apresenta desempenho desfavorável, como nas taxas de analfabetismo, onde está em quarto lugar, junto a São Paulo e Santa Catarina (com cerca de 5%), e no número de anos médios de estudo, em que o Estado é ultrapassado por outros sete estados em melhor condição: DF (9,6 anos)/ SP (8,5)/ RJ (8,4)/ AP, SC, RR (8,2)/ PR (7,9)/ RS (7,8)

Na distribuição por faixas etárias, o Rio Grande do Sul também está em desvantagem em relação ao Brasil, por possuir um maior número percentual de crianças e idosos na linha de extrema pobreza: no Brasil, 47,4% são crianças, 37,5% adultos, 14,2% jovens e 0,9% idosos. No RS, 49,4% são crianças, 37,9% adultos, 10,8% jovens e 2% idosos.

Método
O diretor ressaltou que a metodologia do Ipea é diferente da utilizada pelo Censo do IBGE, por esse motivo os índices encontrados muitas vezes não coincidem. Um dos referenciais do Ipea são as Metas do Milênio, que estabelecem uma renda máxima per-capta de R$70 por mês para famílias caracterizadas na linha de extrema pobreza. Este conceito, para o Instituto, é definido como “o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir”.

Progressão gradual em renda e diminuição da mortalidade
Os números do Ipea ainda revelam que há, desde 2003, um aumento progressivo na renda per-capta do brasileiro, tanto em números gerais no Brasil, quanto no Rio Grande do Sul. A taxa de mortalidade infantil, onde o RS possui historicamente um dos índices mais baixos (hoje em 12,8%), também vem sendo reduzida gradativamente em todos os estados, e hoje é de 13% no Brasil. O levantamento do Ipea considera, para renda, os dados do IBGE e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), e ainda os Fatores PPC (Nações Unidas, Divisão de Estatísticas do Banco Mundial), e a inflação média anual do Brasil e dos EUA (Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook, 2009).

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