Inquérito sobre lesões da atriz Maidê Mahl termina sem respostas claras
A investigação sobre as lesões sofridas pela atriz e modelo Maidê Mahl, conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi finalizada e enviada ao Poder Judiciário, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) nesta terça-feira (19).
Maidê, que foi declarada desaparecida em 2 de setembro, foi encontrada três dias depois, ferida e semiconsciente, em um quarto de hotel no centro da capital paulista.
De acordo com a SSP, os laudos periciais realizados durante a investigação não foram conclusivos sobre a causa das lesões ou a eventual participação de terceiros no caso. Em nota oficial, a pasta destacou:
“O caso foi investigado pelo DHPP, que encaminhou o inquérito para apreciação do Poder Judiciário, após análise inconclusiva quanto à participação de terceiros. Para maiores informações, orientamos consulta à Justiça.”
Dificuldade em obter depoimentos
Durante as investigações, os policiais fizeram ao menos três tentativas de colher o depoimento da atriz no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo, onde ela segue internada desde o resgate.
No entanto, a gravidade do estado de saúde de Maidê impossibilitou sua comunicação com os investigadores.
Após passar um mês na UTI, a gaúcha de Venâncio Aires foi transferida para a enfermaria, mas permanece em recuperação delicada e com restrições de contato.
Em nota, o HC confirmou que Maidê segue em tratamento, mas informou que não está mais autorizado a divulgar informações sobre sua condição clínica.
Reconstituição dos eventos
Conforme a investigação, Maidê, que mora em São Paulo desde 2017, deixou seu apartamento em Moema às 16h do dia 2 de setembro, dirigindo-se a um mercado onde comprou três águas de coco.
Em seguida, chamou um transporte por aplicativo e foi a um tabelionato no bairro da Liberdade para autenticar sua assinatura em um documento, cujo teor não foi revelado.
Depois, deslocou-se para o hotel onde fez check-in às 17h30min. Desde então, não houve interação com funcionários ou pedidos de serviços.
Preocupados com sua ausência, amigos reportaram o desaparecimento à polícia, que rastreou seus movimentos por registros de transporte e câmeras de segurança.
Maidê foi encontrada em seu quarto, caída e semiconsciente, encostada na porta. Não havia sinais de violência, uso de substâncias ilícitas ou qualquer item suspeito, exceto uma medicação prescrita e as águas de coco consumidas por ela.
Encerramento da investigação
O inquérito foi aberto em 13 de setembro, com foco em apurar possível crime de lesão corporal.
Após reunir depoimentos e perícias, a Polícia Civil concluiu os trabalhos e enviou o relatório ao Poder Judiciário nesta semana.
Apesar de meses de apuração, as circunstâncias que levaram às lesões permanecem sem explicação, e a eventual participação de terceiros não pôde ser confirmada.