Já comunitária no RS. Qual a eficácia das vacinas contra a variante Delta?
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) declarou no dia 24/7, por meio de comunicado, transmissão comunitária da variante Delta (B.1.617.2) do coronavírus no Rio Grande do Sul.
Esta variante foi primeiramente detectada na Índia e teve os dois primeiros casos no Estado registrados no município de Gramado.
Para descobrir a eficácia de cada vacina disponível contra a cepa, a comunidade científica e as empresas farmacêuticas por trás dos imunizantes vêm desenvolvendo uma série de estudos.
CoronaVac
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o imunizante chinês produzido no Instituto Butantan apresentou bons resultados contra a variante Delta em testes realizados em laboratório.
O porta-voz da Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pela Coronavac, Liu Peicheng, disse à Reuters que os resultados preliminares baseados em amostras de sangue dos vacinados mostraram uma redução de três vezes no efeito neutralizante contra a Delta.
Peicheng acredita que uma dose de reforço pode provocar uma reação mais forte e duradoura contra a cepa, mas não forneceu mais detalhes. Nenhum estudo foi publicado e ainda faltam mais informações sobre a eficácia da CoronaVac contra a Delta.
Janssen/Johnson&Johnson
A Johnson & Johnson anunciou que sua vacina de dose única é eficaz contra a variante Delta.
De acordo com pesquisadores, os anticorpos e as células do sistema imunológico de oito pessoas inoculadas com a vacina da J&J neutralizaram efetivamente a cepa. Um segundo estudo realizado em Israel teve resultados parecidos.
Os resultados foram submetidos ao bioRxiv, site de relatórios científicos ainda não revisado por pares. Assim como a CoronaVac, mais pesquisas precisam ser feitas para estimar uma porcentagem.
AstraZeneca/Oxford
Estudo do Reino Unido
Publicado no New England Journal of Medicine, a pesquisa mostrou que a vacina da Universidade de Oxford é 33% eficaz contra a variante Delta com uma dose e 60% eficaz após duas doses (e quinze dias de espera).
Estudo do Canadá
Não revisado por pares, a pesquisa canadense publicada no servidor MedRxiv indica que o imunizante é 67% eficaz a partir de 14 dias após a primeira dose. Não há dados suficientes para duas doses.
Estudo da Escócia
Publicado como uma carta ao jornal científico Lancet, a pesquisa baseada na Escócia indica que a vacina da AstraZeneca é 60% eficaz pelo menos 14 dias após a segunda dose.
Pfizer/BioNTech
Estudo do Reino Unido
Mesma pesquisa britânica que a da AstraZeneca mostrou que o imunizante da Pfizer é 33% eficaz com uma dose e 88% eficaz quinze dias depois da segunda dose contra a cepa originada na Índia.
Estudo do Canadá
A vacina da Pfizer mostrou ser 56% eficaz a partir de 14 dias após a primeira dose e 87% eficaz após duas doses. Vale lembrar que o estudo canadense não foi revisado por pares.
Estudo da Escócia
A pesquisa escocesa divulgou apenas resultados considerando a segunda dose. No caso da Pfizer, o imunizante se mostrou 79% eficaz contra a variante Delta, pelo menos 14 dias após a segunda dose
Estudo de Israel
De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde de Israel, a eficácia da vacina na prevenção de infecções e doenças sintomáticas caiu para 64%. Ao mesmo tempo, a vacina foi 93% eficaz na prevenção de hospitalizações e doenças graves causadas pelo coronavírus.