Japão admite que reação foi lenta
O governo do Japão admitiu nesta sexta-feira (18) que poderia ter reagido mais rapidamente ao terremoto e ao tsunami que atingiram o país há uma semana e desencadearam uma crise nuclear ao danificar a Usina de Fukushima Daiichi, no Leste do país.
O porta-voz do governo, Yukio Edano, disse em uma entrevista coletiva que os planos de contingência não conseguiram antecipar a escala do desastre.
Hoje, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, se reuniu em Tóquio com o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (Aiea), o japonês Yukiya Amano, que manifestou preocupação com a falta de informações sobre o ocorrido em Fukushima.
Amano disse que a comunidade internacional quer “um maior volume de informações corretas mais rapidamente”, acrescentando que algumas informações “específicas” divulgadas pelo Japão estavam “erradas”.
“Eu prometo que nós divulgaremos o máximo de informações possível [sobre a usina] para a Aiea, assim como para a população do mundo”, disse Kan a jornalistas, antes do encontro, segundo a Agência Kyodo.
Amano informou também que uma equipe da agência será deslocada “em alguns dias” para a área da usina, para monitorar os níveis de radiação no local.
Yukiya Amano disse a jornalistas em Tóquio que a agência está muito preocupada com a situação na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, mas que, apesar de grave, a situação na central atômica não piorou significativamente nas últimas 24 horas.
“Acreditamos que o acidente na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi é grave e um alto nível de radioatividade foi observado no portão da usina”, disse Amano.
Na usina, as equipes continuam tentando restabelecer o fornecimento de energia e jogando água para resfriar os reatores superaquecidos.
Nesta sexta-feira o Japão elevou de 4 para 5 o nível do acidente na usina nuclear. em uma escala internacional de 7 pontos que mede a gravidade de desastres atômicos.
A decisão da agência nuclear japonesa ocorreu devido ao dano causado ao núcleo dos reatores e ao vazamento contínuo de radiação, e classifica a situação como um “acidente com amplas consequências”.