Joias, fuzis e extorsão: o arsenal da quadrilha desmantelada pela Polícia em megaoperação no Rio Grande do Sul.
Grupo suspeito de extorsão e lavagem de dinheiro está no centro de uma operação de grande escala da Polícia Civil, deflagrada nesta quarta-feira (4), em nove cidades do Sul do Brasil, incluindo Tramandaí, no Litoral Norte.
A ação busca descapitalizar uma rede criminosa altamente estruturada, envolvida em práticas ilícitas como tráfico de drogas, extorsões contínuas e lavagem de altos valores em dinheiro por meio de empresas de fachada.
Joias, fuzis e extorsão: como a quadrilha atuava
Entre os principais alvos da ofensiva, está uma empresa que atua no ramo de joias, pedras preciosas e ouro, utilizada para mascarar ganhos provenientes do crime organizado.
A Operação Timeo, já em sua sétima fase, cumpriu 51 mandados de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul: São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Caxias do Sul, Porto Alegre, Tramandaí, Dois Irmãos, Canoas e Itapema em Santa Catarina.
Até o fechamento desta matéria três pessoas haviam sido presas em flagrante.
Com um dos investigados, a polícia encontrou munições de fuzil calibre 5.56 e .45, pistola, revólver e carregadores, evidenciando o alto poder bélico da organização.
Segundo a investigação, cerca de 40 pessoas físicas e jurídicas estariam conectadas ao grupo criminoso.
Elas teriam movimentado valores ilícitos, obtidos por meio de extorsões com cobranças mensais que variavam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, mas que, em casos mais graves, ultrapassavam os R$ 40 mil.
De acordo com a Polícia Civil, essa prática é “corriqueira” dentro da rotina da quadrilha.
Além dos mandados de busca, a operação solicitou o bloqueio de contas bancárias pertencentes a 28 investigados, com valores que somam R$ 10 milhões.
Também foi requisitada a suspensão de movimentações em criptoativos no valor de R$ 100 mil, suspeitos de serem usados para encobrir a origem ilícita dos recursos.
A Justiça ainda analisa os pedidos.
Entre os principais investigados estão nomes de alta periculosidade, como um líder do tráfico conhecido como o “dono de Sapiranga e parte de Novo Hamburgo”, além de um indivíduo apelidado de “matador”, com mais de sete homicídios em sua ficha criminal, conforme detalhou o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior.
Essa nova fase representa um aprofundamento nas investigações iniciadas em 2021 com a deflagração da Operação Timeo.
Desde então, mais de 40 inquéritos policiais foram abertos para apurar os crimes cometidos por essa quadrilha.
Em dezembro, uma etapa anterior da ofensiva já havia culminado na prisão de dois homens, reforçando o cerco policial ao grupo.