Justiça Eleitoral da Venezuela nega irregularidades nas eleições
“[A ordem dos municípios] não foi alterada para favorecer ninguém. Foi obedecida a Lei de Processos Eleitorais”, disse Hernández, rebatendo as informações de que vários municípios foram unificados para as eleições com o objetivo de agrupar as áreas nas quais Chávez detém maioria do apoio popular em detrimento daquelas onde o governo é visto com mais desconfiança.
A representante da Justiça Eleitoral da Venezuela afirmou que não se deve criticar o sistema só porque ele não agrada. “Deve ser um mesmo método para todos”, disse Hernández. Em seguida, a coordenadora elogiou a tranquilidade como as eleições transcorreram. “Nós tivemos paz após os resultados. Todas as partes estão fazendo um reconhecimento tácito do resultado”, afirmou.
Dos 17,7 milhões de eleitores aptos a votar, 66,45% compareceram, registrando, segundo o CNE, um percentual recorde de participação nas eleições legislativas no país. Hernández afirmou que as falhas identificadas em algumas urnas podem ser consideradas normais. Foram escolhidos 165 parlamentares para a Assembleia Nacional e 12 para o Parlamento Latino-Americano. Pelos dados mais recentes do CNE, os aliados de Chávez conseguiu eleger 98 parlamentares e a oposição, 65. O destino de duas cadeiras na Assembleia Nacional ainda depende do final da apuração.
Estes resultados mostram que Chávez terá de negociar com a oposição, o que não ocorria desde 2005. Há cinco anos, a oposição se retirou da disputa eleitoral e a Assembleia Nacional da Venezuela passou a ser representada apenas por aliados do governo. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil afirmaram que a Venezuela entra em uma nova etapa da sua história política.