Lagoa do Peixe pelo segundo ano praticamente seca: situação de 2023 deve ser ainda pior
A prolongada estiagem transformou negativamente pelo segundo ano seguido, a paisagem do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, na região dos municípios de Tavares e Mostardas, no Leste gaúcho.
O fato é considerado inédito até para os moradores mais antigos.
Ninguém lembra de a lagoa secar dois anos seguidos.
E desta vez, a situação é ainda mais cruel: se em 2022, o grande espelho de água evaporou em 50% da área, agora, já chega a 90%, com risco de ficar muito próximo dos 100%.
Gestor do parque, Riti Soares dos Santos calcula que, se não chover pelo menos 100 milímetros nos próximos 10 dias (e não há previsão para isso) e não houver ventos soprando de Sul para Norte, o setor Costa secará por completo.
O esvaziamento quase que completo da lagoa também ocorre justamente no meio da safra do camarão rosa, principal produto que sustenta de forma direta 201 pescadores artesanais, sendo 47 de Mostardas e 154 de Tavares.
A safra de camarão-rosa dura cinco meses e a gente só pescou alguns dias. Então, calculamos uma perda de 90% da safra. De milhões de reais. Para piorar a situação, só alguns conseguiram pescar porque não havia lugar para todos.
Estes dois anos consecutivos de estiagem foram um desastre para todas as famílias de pescadores — lamentou o presidente da Colônia de Pescadores Z11, que abrange os municípios de Mostardas e Tavares, Jair Joaquim Lucrécio, 61 anos, que nasceu na barra da Lagoa do Peixe.
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