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Lavoura da cebola está em fase de transplante no Rio Grande do Sul

Os cebolicultores gaúchos estão utilizando cada vez mais a técnica de retardo do transplante das mudas, buscando reduzir o seu período no campo. Isto traz algumas vantagens, como a diminuição dos tratamentos fitossanitários e o número de aplicações para o controle das ervas espontâneas.

De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as sementeiras e as áreas de lavouras transplantadas estão se desenvolvendo sem problemas. A maior umidade do ar e do solo impede o avanço dos transplantes, mas, por outro lado, favorece o “pegamento” e o desenvolvimento das plantas nas lavouras.

Na Serra, a área transplantada com cebola já chega aos 45% do total estimado para a cultura. No Litoral Norte, as sementeiras se recuperam e o transplante atinge em torno de 35% a 38% da área inicial esperada de plantio, que é próxima de 600 ha. Já na região Sul, no município de Rio Grande, 70% da área para a produção de cebola já se encontram transplantados.

Na fruticultura da Serra, os viticultores intensificam a prática da poda seca. Somente os produtores com maior mão-de-obra qualificada e/ou com áreas menores de vinhedos é que retardarão essa prática para a segunda quinzena do mês. De maneira geral, a intenção é de postergar ao máximo a poda seca, pois as previsões climáticas indicam a possibilidade de geadas tardias. Por outro lado, em locais de mesoclima mais quente, as cultivares de uva precoces estão recebendo os primeiros tratamentos para proteção das brotações.

Na citricultura do Vale do Caí, maior produtora do Estado, a colheita de citros se encontra em pleno andamento e já finalizando a de algumas variedades. A colheita da bergamota Caí está encerrada e da variedade Ponkan, restam apenas 10%. As variedades de laranjas Céu Precoce e Umbigo Bahia também já se apresentam com a colheita finalizada.

Nesse momento, está em plena atividade a colheita das variedades de ciclos médio e tardio, como a bergamota Pareci e as laranjas Umbigo Monte Parnaso e Valência. Começaram a ser colhidas as primeiras frutas dos pomares da bergamota Montenegrina e do Tangor Murcott (híbrido natural de laranja com bergamota).

As freqüentes chuvas das últimas semanas prejudicaram a colheita das frutas cítricas também na Serra. Ao mesmo tempo em que a colheita está em andamento, as plantas cítricas iniciaram a brotação e formação de flores, que darão origem aos frutos a serem colhidos no próximo ano.

Em decorrência do atual quadro climático, o início da floração foi antecipado em relação aos anos normais, trazendo o risco de perdas se ocorrerem formação de geadas. Mas, até o momento, a qualidade e a coloração das frutas se mantêm muito boas, com as plantas também com ótima sanidade.

Culturas e criações
A semana serviu para confirmar a desaceleração dos preços das principais commodities agrícolas comercializadas no Estado. Com exceção do arroz, que manteve o preço médio da saca de 50 quilos praticamente inalterado, passando para R$ 33,01 (+0,40), todos os demais grãos, incluindo o trigo em plena entressafra, tiveram fortes quedas nas cotações.

O feijão ainda manteve a cotação da saca de 60 quilos na casa dos R$ 120,64, caindo apenas -0,22% em relação à semana passada. Na soja, trigo e milho, as variações durante o período foram bem maiores e alcançaram -6,59%, -5,22% e -4,76%, pela ordem.

A sensação entre os produtores é de que, de agora em diante, os preços não deverão mais se comportar em curva ascendente, embora ainda devam permanecer em patamares mais elevados que os do ano passado, o que causa um certo alento para o produtor que se prepara para a próxima safra de verão. No trigo, entretanto, com a desvalorização desta semana, a saca de 60 quilos negociada pelo produtor já se encontra defasada em 3,2% na comparação com o ano passado.

No trigo, como houve uma concentração maior do plantio durante o mês de julho, ainda dentro do período recomendado, deverá ser “retardado” o final da colheita em mais 15 ou 20 dias. Atualmente, 1% das lavouras emitiu espigas durante o último período, quando o Estado deveria estar com 4%. De maneira geral, o padrão fitossanitário das lavouras é considerado bom.

Forrageiras
Os últimos períodos têm sido propícios para o desenvolvimento das pastagens cultivadas. As temperaturas amenas e chuvas freqüentes, mas não abundantes proporcionaram boas condições ao desenvolvimento das espécies de inverno, que apresentam boa produção de massa verde.

Mesmo o campo nativo tem apresentado uma capacidade de suporte razoável, sem o “crestamento”, que ocasiona a perda de seu valor nutricional. A partir de agora, as pastagens que compõem as futuras lavouras de soja e milho da safra 08/09 começam a ser utilizadas com mais intensidade, recebendo um número maior de cabeças por unidade de área tendo em vista à aproximação do período de plantio dessas culturas.

Na bovinocultura de leite, o bom desenvolvimento das pastagens propicia boa disponibilidade de pasto para os animais. Além das pastagens, os produtores gaúchos estão utilizando silagem, grãos, farelos e rações para complementar a alimentação dos animais.

Na última semana, os preços do litro de leite variaram de R$ 0,56 a R$ 0,66, com redução de 4,69% no preço médio em âmbito estadual, passando para R$ 0,61. Os produtores continuam buscando crédito para investir na atividade. Muitos estão interessados na implantação de pastagens perenes de verão.

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