Leite quer plano similar ao dado na pandemia para empresas do RS e cobra governo federal
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de um programa de manutenção do emprego e renda para os trabalhadores e empresas do estado, semelhante ao implementado durante a pandemia de COVID-19.
O pedido foi feito em função do pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul, que afetou 476 dos 497 municípios e resultou em 172 mortes.
Além disso, Leite solicitou apoio da União para a recomposição das receitas estaduais e municipais.
Leite destacou que algumas medidas já anunciadas pelo governo federal, como operações de crédito e recursos para moradia, são importantes, mas insistiu na necessidade de um programa de manutenção de empregos e renda. “Sem esses dois pontos, ainda teremos muitas dificuldades”, afirmou o governador.
Leite se reuniu com Lula no Palácio do Planalto, junto com outros governadores, após um evento alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
Na próxima quinta-feira (6), o presidente Lula fará sua quarta visita ao Rio Grande do Sul para acompanhar os trabalhos de recuperação no Vale do Taquari, com Leite integrando a comitiva presidencial. Lula prometeu analisar as propostas apresentadas.
Setor Privado:
Leite explicou que o programa solicitado poderia ser similar ao Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem), criado durante a pandemia.
Naquela época, o governo federal oferecia uma parcela do seguro-desemprego em troca da redução do salário e da jornada de trabalho.
Ele ressaltou que essa medida seria essencial para as empresas afetadas pelas enchentes, ajudando a evitar demissões em massa nas áreas mais atingidas, como a região metropolitana de Porto Alegre.
Além disso, Leite mencionou que a queda na arrecadação de receitas do estado e dos municípios pode chegar a R$ 10 bilhões até o final do ano.
Ele defendeu que a União deve suportar essa perda, como fez durante a pandemia, devido à sua capacidade financeira e de emissão de dívida.
O governador alertou que, sem essa recomposição de receitas, o estado poderá enfrentar dificuldades para pagar salários e manter investimentos e serviços essenciais.
Retomada Econômica:
Os recursos economizados com a suspensão da dívida da União com o estado serão direcionados para a reconstrução do Rio Grande do Sul.
Leite afirmou que, apesar de ter um fundo constituído para a reconstrução, a queda na arrecadação prejudicará a prestação de serviços e outros investimentos importantes.
O governador também mencionou que o poder público está sobrecarregado com a contratação de mais policiais e pagamento de horas extras, além dos gastos dos municípios com limpeza e reconstrução, enquanto as receitas estão caindo. “Sem esse apoio, a retomada será muito difícil para o Rio Grande do Sul”, enfatizou.
Comitê Científico:
Leite participou da cerimônia do Dia Mundial do Meio Ambiente a convite da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Ele destacou a importância da contribuição de especialistas e da academia para orientar a reconstrução do estado, respeitando o meio ambiente e construindo resiliência para enfrentar as mudanças climáticas.
“O Rio Grande do Sul é hoje um símbolo da importância de compreender o impacto das mudanças climáticas”, concluiu Leite.
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