Lobão diz que denúncias não mudam cronograma do leilão
“Está tudo mantido como foi programado, não cancela o leilão”. Perguntado se há riscos de dados do leilão terem vazado, ele respondeu: “não”. Segundo o ministro, a Petrobras emitirá uma nota ainda hoje sobre o assunto e, do ponto de vista político, o tema está sendo tratado pela Presidência da República e pelo Itamaraty.
A licitação destinará blocos para exploração do Campo de Libra, na Bacia de Santos (SP), que tem potencial de reserva entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo. A Petrobras terá participação de 30% no consórcio.
Lobão também garantiu que está mantido o cronograma do leilão, que prevê o prazo final para o pagamento da taxa de participação e a entrega de documentos para qualificação das empresas interessadas para a próxima semana. A empresa que vencer o leilão terá que pagar um bônus de assinatura à União de R$ 15 bilhões.
Segundo reportagem veiculada ontem (8) pelo Fantástico, documentos vazados pelo ex-consultor de informática Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobras foi monitorada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). A reportagem mostra uma apresentação ultrassecreta, feita pela NSA em maio do ano passado, para treinar novos agentes no passo a passo para acessar e espionar redes internas de empresas, governos e instituições financeiras. De acordo com a reportagem, não é possível saber a extensão do monitoramento, nem se conteúdos da estatal foram acessados.
Em nota ao Fantástico, o diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, informa que a NSA coleta informações econômicas para prevenir crises financeiras que possam afetar os mercados internacionais. Segundo ele, a agência não rouba segredos de empresas estrangeiras que possam beneficiar empresas americanas.
A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que não comentará as denúncias de espionagem pelos Estados Unidos.
Lobão participou na tarde de hoje da cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do pré-sal para a saúde e a educação. O texto é o mesmo aprovado pelo Congresso Nacional, sem vetos, com destinação de 75% dos valores para a educação e 25% para a saúde.
Durante o evento, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, disse que as denúncias de espionagem que atingiram a Petrobras exigem uma resposta à altura do governo a essa “grave violação a soberania do nosso país”.