Mãe
Na condição em que se encontra o espírito humano, na crosta terrestre, há muitas coisas em comum entre povos e culturas, mas poucas unanimidades quanto ao reconhecimento da existência de uma Divindade, e a sublime figura da mãe.
Premido pela sábia lógica da Natureza, a mãe de todos nós ocupa um lugar só seu em toda a nossa história.
Mesmo àqueles onde esta personagem foi suprimida na sua tenra educação, por razões diversas, não deixam de entender-lhe a essencial existência.
Na Doutrina Espírita, o conceito familiar amplia-se além das contingências terrestres. A família dos Espíritos é aquela em que o que os une são os laços da afeição, de afinidades de pensamento e valores.
O ambiente em que desembarcamos no planeta, a família terrena, é uma reunião com propósitos bem definidos, em que na maior parte das vezes comparecemos voluntariamente, ainda que venhamos a conviver com que não nos é muito afim, daí um dos propósitos dessa convivência, ajustar-se a outrem.
O papel de cada um é traçado com o amparo da Espiritualidade Maior, e alterna-se nos diversos cenários e gerações que venhamos a participar.
A mãe contudo, é a personagem sempre em destaque.
O papel da mãe ultrapassa a fronteira do corpo que gera o novo ser. A futura mãe, já na espiritualidade, antes mesmo de decidir ser mãe no plano material, já desenvolve o amor por seu futuro filho.
O contato com o espírito reencarnante começa por aproximação fraterna, ajustando possíveis arestas, regando o candidato muitas vezes receoso de sua futura condição, com seu amor incondicional, recebendo-o literalmente nos braços espirituais, como descreve em bela cena André Luiz no livro Missionários da Luz.
Na luta da carne, a mãe testemunha seu prévio compromisso, suportando dores e desafios, suplantando todas as suas deficiências com a luz do amor materno, e eterno, que devotará àquele filho.
Por certo algumas falham nos deus deveres, mas mesmo assim, a experiência terá sido preciosa em seu tratamento moral.
Pela chancela conferida por Deus, os compromissos de uma mãe são muitos, desafiadores, decisivos na reformulação moral de seus filhos de sangue, e irmãos de espírito.
Por conseqüência, esta chancela, estes compromissos, quando honrados, rendem-lhe frutos de luz, que engrandecem o espírito que soube dedicar-se a outro, por opção e por condição proposta pela existência material.
O compromisso da mãe que ama sua condição não se encerra na existência que finda, tanto sua como dos filhos que conquistou, mas passa a fazer parte de si, é integralizada à sua condição de espírito em evolução.
Evocada por muitos, Maria, mãe de Jesus Cristo, simboliza esta figura do ser abnegado, que soube dar seu amor por um filho muito especial, até o fim dos dias na Terra (e além), sabendo de antemão os seus muitos e grandes desafios.
Rendamos nossa homenagem permanente às mães, significância de Amor.
Marcelo M Alacarini
alacarini@terra.com.br