Mancha de sedimentos gigante toma conta da Lagoa dos Patos
Imagens de satélite captadas pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) revelam uma extensa mancha de sedimentos que se espalha pela Lagoa dos Patos, oriunda dos rios do interior do estado.
O cenário alarmante é resultado das fortes chuvas e enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul no final de abril.
Especialistas alertam para os impactos negativos que a carga elevada de sedimentos pode causar ao meio ambiente.
Impacto ambiental e prejuízos
A mancha, composta por materiais como areia, argila, fragmentos de rochas e detritos orgânicos, representa um risco à flora e fauna da região.
A coloração argilosa predominante indica a presença de solo em grande escala, além de possíveis resíduos de agrotóxicos e água de esgoto, arrastados pelas águas em decorrência das inundações.
O professor Fabrício Sanguinetti, coordenador do Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites da Furg (LODS-Furg), alerta para os perigos da pluma de sedimentos: “Pode reduzir consideravelmente a penetração da luz do sol e a concentração de oxigênio dissolvido na água, prejudicando organismos como os peixes e desencadeando mortandade anômala.”
Assoreamento e desafios
O deslocamento lento da mancha, influenciado pelos ventos, dificulta o escoamento para o Oceano Atlântico, agravando a situação.
A pluma pode afetar o uso recreativo dos balneários da Lagoa dos Patos e ocasionar assoreamento de hidrovias, impactando o uso comercial, industrial e residencial da água.
O professor Elírio Toldo Jr., do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CECO-UFRGS), aponta para o aumento drástico no transporte de sedimentos, que triplicou para mais de 10 mil toneladas por dia durante as enchentes, em comparação com as 3 mil toneladas em condições normais.
Causas e medidas necessárias
O principal fornecedor de sedimentos é o setor agrícola, com o solo sendo arrastado pelas chuvas intensas.
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