Manifestantes protestam contra descarte de efluentes no Rio Tramandaí
A manifestação contra tubulação no Rio Tramandaí, realizada por moradores e veranistas do Litoral, nesta sexta-feira (15), trouxe à tona preocupações sobre os impactos ambientais da obra da Corsan Aegea.
A tubulação em construção tem como objetivo levar efluentes de Xangri-Lá e Capão da Canoa, passando por Osório, até o Rio Tramandaí, no Litoral Norte gaúcho.
Organizada pela Associação dos Amigos da Bacia do Rio Tramandaí, a ação ocorreu na Ponte Garibaldi, que conecta Imbé e Tramandaí.
O grupo questiona a ausência de audiências públicas e estudos de impacto ambiental na região. Segundo Hélio Bogado, presidente da associação, a obra representa riscos para a pesca, a fauna e o bem-estar dos moradores.
— Nossa luta é para evitar que os efluentes sejam descartados na bacia do Rio Tramandaí sem estudos de impacto ambiental e sem consulta a técnicos e moradores. Estamos com uma ação popular pedindo a suspensão das obras até que haja transparência no saneamento básico — afirmou Bogado.
As obras, iniciadas em março, já foram alvo de diversas contestações por moradores e políticos locais.
Uma liminar suspendeu a construção em setembro, mas a decisão foi derrubada dias depois. A Corsan prevê que a tubulação, que atravessa a RS-389 em mais de nove quilômetros, seja concluída em 2025.
O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), ligado à UFRGS, alertou para o risco de contaminação no rio, causado por substâncias não removidas no tratamento de esgoto, como medicamentos e produtos de higiene.
Segundo a entidade, essa contaminação pode comprometer a pesca cooperativa entre botos e pescadores, prática tradicional na região.
A Corsan Aegea, responsável pela obra, afirma que o esgoto será 100% tratado, com eficiência de 95%.
Contudo, não se pronunciou sobre as manifestações e os questionamentos envolvendo os impactos ambientais e sociais do projeto.
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