Marinha do Brasil
A Operação Ágata Singular Sul, conduzida pela Marinha do Brasil (MB) por meio do Comando do 5º Distrito Naval (Com5ºDN), resultou na apreensão de mais de 60 toneladas de pescado e na autuação de 14 embarcações irregulares no Sul do país.
A ação, realizada na última semana de setembro, contou com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Polícia Federal (PF), com foco no combate à pesca predatória e na proteção de áreas ambientais marinhas.
A palavra de ordem da operação foi fiscalização, mas também educação e conscientização, reforçando o compromisso das Forças Armadas com a preservação dos recursos naturais.
Ações conjuntas e monitoramento aéreo intensificaram a operação
Para ampliar o alcance das ações, a Marinha mobilizou uma Força-Tarefa integrada por militares, navios e aeronaves.
Entre os meios empregados estavam o Rebocador de Alto-Mar “Tritão” (RbAM Tritão) e o Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas” (NPaOc Amazonas) — este último subordinado ao Comando do 1º Distrito Naval (Com1ºDN).
O suporte aéreo foi garantido por uma aeronave UH-12 Esquilo, do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Sul (EsqdHU-51), e por um helicóptero da Polícia Federal, que ampliaram a capacidade de vigilância e resposta rápida.
Essa integração entre forças navais e aéreas permitiu cobertura total das áreas monitoradas, garantindo agilidade na identificação de embarcações suspeitas e na interceptação de atividades ilegais.
Patrulhamento naval e apreensões no litoral catarinense
Durante as inspeções, a Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí (DelItajaí) atuou na escolta de embarcações apreendidas desde a barra do Rio Itajaí-Açu até o Cais Turístico de Itajaí (SC), onde os navios foram entregues à Polícia Federal e ao IBAMA para os procedimentos legais e ambientais.
As equipes constataram diversas irregularidades, incluindo ausência de documentação obrigatória, equipamentos de pesca proibidos e descumprimento de normas ambientais.
O resultado da operação foi considerado expressivo, não apenas pelo volume de pescado apreendido, mas também pelo impacto positivo na preservação dos ecossistemas marinhos da região.
Pesca de emalhe: quando a eficiência se torna predatória
A pesca de emalhe, foco principal da operação, consiste no uso de redes de espera — armadilhas que capturam peixes ao ficarem estendidas na água, impedindo sua passagem.
Embora eficiente, essa técnica se torna altamente predatória quando realizada fora das condições legais, podendo comprometer populações inteiras de espécies marinhas.
A legislação brasileira estabelece regras específicas para o uso dessas redes, determinando locais, períodos e dimensões adequadas, justamente para equilibrar a atividade econômica da pesca com a preservação ambiental.
Ao flagrar embarcações utilizando redes de emalhe em áreas proibidas, a operação da Marinha buscou coibir práticas irregulares e garantir a sustentabilidade dos recursos marinhos.
Conscientização e educação ambiental: o mar é de todos nós
Além da fiscalização, as equipes da Operação Ágata Singular Sul também atuaram de maneira educativa, promovendo ações de conscientização junto a pescadores e comunidades costeiras.
O objetivo foi esclarecer sobre as consequências da pesca predatória e sobre a importância do uso responsável dos recursos marinhos.
Durante os cinco dias de operação, os militares reforçaram que a proteção do mar é um dever coletivo, lembrando que práticas ilegais comprometem não apenas o equilíbrio ecológico, mas também o sustento das futuras gerações de pescadores.
A Marinha do Brasil reiterou seu compromisso permanente com a defesa do meio ambiente marinho, enfatizando que ações conjuntas de fiscalização continuarão ocorrendo em todo o litoral brasileiro para garantir a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais.
