Mensalão: relator lê voto sobre corrupção ativa do núcleo político
Entre os réus desta etapa, figuram políticos ligados ao PT (José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares), ao núcleo publicitário (Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos e Geiza Dias) e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, à época filiado ao PL (atual PR). Todos são acusados apenas de corrupção ativa.
No momento, o ministro-relator Joaquim Barbosa começa a proferir seu voto referente à segunda parte do Capítulo 6 da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que trata de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha entre os partidos da base aliada ao governo entre 2003 e 2004.
O magistrado faz a leitura da denúncia, que afirma que o crime de corrupção ativa era dirigido e operacionalizado por José Dirceu, Delúbio Soares e Marcos Valério. “É certo que José Dirceu, em razão da força política e administrativa que exercia, foi o principal articulador dessa engrenagem. [Dirceu] Reunia-se com o principal operador do esquema, Marcos Valério, para tratar de repasses de dinheiro e acordos políticos”, disse.
A primeira etapa deste capítulo foi encerrada na segunda-feira (1º) e dez políticos foram condenados por corrupção passiva. Isso porque, para facilitar a logística, os ministros decidiram separar o capítulo em duas partes, julgando primeiro os acusados de corrupção passiva e, depois, os de corrupção ativa. Na segunda-feira, o STF concluiu a análise da primeira etapa, que envolvia 13 réus, condenando dez por corrupção passiva, 11 por lavagem de dinheiro e cinco por formação de quadrilha.