Variedades

Mulheres negras são maioria em situações de trabalho precário

As mulheres negras ainda são o grupo que vivência situações de trabalho mais precárias. É o que mostra a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgada hoje (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e que analisa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007.

Se por um lado as mulheres (brancas e negras) têm aumentado a sua participação no mercado de trabalho, passando de 46% da população feminina ocupada ou à procura de emprego em 1996 para 52,4% em 2007, elas seguem com maior representação no trabalho doméstico, na produção para consumo próprio e no trabalho não remunerado.

Entre as mulheres negras, de acordo com a pesquisa, os dados revelam uma situação mais precária. Elas apresentam as maiores proporções no trabalho doméstico, 21,4% (contra 12,1% entre as mulheres brancas e 0,8% entre os homens), e na produção para subsistência e trabalho não remunerado, 15,4%. Elas também são o grupo com as menores proporções de carteira assinada, 23,3%, e e na posição de empregador, 1,2%.

Ainda no que diz respeito ao trabalho doméstico, a pesquisa destaca a queda no percentual de meninas com idade entre 10 e 17 anos (idade escolar) empregadas como trabalhadoras domésticas, passando de 14,2% em 1996 para 5,8% em 2007. Esses números são, respectivamente, 12,8% e 4,4 % entre as meninas brancas e 15,3% e 6,5% entre as negras.

Outro dado positivo, nessa área, é o aumento no percentual de trabalhadoras domésticas com carteira assinada. Se em 1996 se tinha 18,7% entre as negras e 23,6% entre as brancas, em 2007 essas taxas foram de 25,2% e 30,5%

O estudo do Ipea também ressalta as taxas de desemprego como um dos indícios da maior precarização da situação das mulheres negras no mercado de trabalho. Enquanto elas apresentaram uma taxa de desocupação de 12,4% em 2007, as mulheres brancas registraram desemprego de 9,4%, os homens negros, 6,7% e os homens brancos, 5,5%.

Por fim, o estudo destaca o fato de que as maiores taxas de trabalho infantil estão entre os meninos negros nordestinos. Aiinda segundo o trabalho do Ipea,  essas taxas apresentaram queda nos últimos anos. Nesse grupo, 14% dos garotos com idade entre 5 e 15 anos trabalhava no ano passado.

A pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça foi organizada pelo Ipea em conjunto com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). <!– .replace('

','').replace('

','') –>

Comentários

Comentários