Mulheres têm menos multas e se envolvem menos em acidentes
Elas são mais prudentes e mais cuidadosas. O que as seguradoras há anos levam em conta para calcular o valor do seguro de veículos para mulheres continua valendo no Rio Grande do Sul. As mulheres representam hoje 34% do cadastro de condutores no Estado, mas foram responsáveis por somente 27% das infrações de trânsito em 2017.
Apesar de serem mais da metade da população, representaram 21% das mortes em acidentes de trânsito, a maioria das vezes no papel de passageiras/caronas (49%) ou pedestres (32%). O levantamento, que analisa um período de 11 anos, foi feito pelo DetranRS para o Dia Internacional da Mulher.
De 2007 a 2017, a participação das mulheres no papel de condutoras passou de 27% para 34% do total. Hoje, elas são 1,7 milhão de habilitadas para dirigir carros, motos, caminhões, ônibus, tratores e todo tipo de veículo automotor. Mas as duas rodas vêm ganhando a preferência das gaúchas. Elas já são 41% dos habilitados na categoria A (em 2007 eram 22%).
Infrações
Embora tenham aumentado sua participação como responsáveis pelas infrações no período, as mulheres ainda são minoria entre os motoristas flagrados desrespeitando as leis de trânsito. Em 2007, eram responsáveis por 21% do total de infrações registradas no RS. No ano passado, essa proporção aumentou para 27,4%, mas ainda bem abaixo da representação das mulheres no cadastro de condutores (34%). As infrações mais flagradas de motoristas mulheres são excesso de velocidade e estacionamento em local proibido.
Acidentes
A estatística não permite apontar responsabilidades nos acidentes de trânsito, mas o perfil das vítimas pode dar uma ideia de quem está envolvido nas ocorrências com morte. Nos onze anos analisados, as mulheres foram 21% dos mortos no trânsito (4,4 mil do total de 21 mil mortos). Somente em 10% dos casos estavam na condição de motoristas e 5% na condição de motociclistas. Na grande maioria dos casos (84,9%) elas estavam como caronas, de bicicleta ou andando a pé.
O diretor do DetranRS, Ildo Mário Szinvelski, não se surpreende com os dados. “Precisamos aprender com as mulheres, entre tantas outras coisas, a dirigir. Se a frase machista ‘só podia ser mulher’ fosse aplicada, teríamos um trânsito mais harmônico, com menos mortes e menos acidentados nos hospitais. Nesse dia 8 e em todos os outros, inspire-se nelas: dirija como uma mulher”.
Mariana Goldmeier Tochetto