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Mundo tem 1 bilhão de miseráveis, diz ONU

O relatório “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, divulgado pela Organização das Nações Unidos (ONU) nesta segunda-feira (2), mostra que a América Latina e o Caribe caminham em ritmo lento para atingir até 2015 a meta de erradicação da extrema pobreza e desigualdade de renda.

Conforme o relatório, a proporção de pessoas que vive com o equivalente a US$ 1 por dia caiu de 31,6% (1,25 bilhão, em 1990) para 19,2% (980 milhões, em 2004). O objetivo da ONU é reduzir pela metade a extrema pobreza até 2015.

Em entrevista ao G1, a chefe de estatística e desenvolvimento da ONU, Francesca Perucci, disse que o progresso relativo da América Latina é inferior porque os números são muito melhores que os da África, que recebe grande quantidade de ajuda financeira dos países ricos, e do Leste Asiático, que foi beneficiado pelo grande desenvolvimento chinês nas últimas décadas – o país vem crescendo constantemente mais de 10% ao ano.

Regiões
Segundo o relatório, 8,7% dos habitantes da América Latina e do Caribe viviam com o equivalente a um dólar por dia em 2004, uma queda de apenas 0,9 ponto percentual em relação ao levantamento anterior, em 1999. Em 1990, o percentual era de 10,3%. O principal problema da América Latina é a desigualdade de renda, que ainda é a maior do mundo.

Na África Subsaariana, a região mais pobre do mundo, a quantidade de pessoas na miséria diminuiu quase cinco pontos percentuais em cinco anos: de 45,9% (1999) para 41,1% (2004). No Leste Asiático, segundo o relatório, 9,9% das pessoas da região viviam com menos de um dólar por dia em 2004, contra 33%, em 1990, e 17,8%, em 1999.

Metas do milênio
A redução da pobreza pela metade em 15 anos é uma das metas estabelecidas pela ONU. Na Cúpula do Milênio em 2000, a maioria dos países do mundo também firmou compromissos que giram em torno de outros sete objetivos a serem atingidos pelas nações até 2015.

Com a metade do tempo para a data limite, o relatório diz que houve progressos na implementação dos objetivos. Entretanto, segundo Francesca Perucci, o atingimento das metas em 2015 depende de um esforço maior por parte dos países desenvolvidos, tanto em remessas de dinheiro quanto em desenvolvimento de parceria e assistência técnica. “Até agora, as nações ricas fizeram menos do que prometeram”, ressalta.

Sinais de progresso
Entre os sinais de progresso, o relatório destaca que um número maior de crianças nos países em desenvolvimento está freqüentando a escola. As matrículas para o ensino básico nestes países aumentaram de 80% em 1991 para 88% em 2005.

O documento, porém, mostra um avanço lento na participação da mulher no mercado de trabalho. A porcentagem de mulheres empregadas subiu apenas três pontos percentuais, de 36% (1990) para 39% (2005). No caso da América Latina e Caribe, passou de 37% para 42%.

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