Mutirão de DNA identifica jovem que estava desaparecido no Litoral - Litoralmania ®
Mutirão de DNA identifica jovem que estava desaparecido no Litoral
Policial

Mutirão de DNA identifica jovem que estava desaparecido no Litoral

A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, realizada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) em parceria com a Polícia Civil e o Ministério da Justiça já contribuiu com a identificação de oito pessoas no Rio Grande do Sul.

Quem recebeu um retorno do IGP foi Maristela Gonçalves Rodrigues, de 43 anos.

Ela buscava desde janeiro de 2020 notícias sobre o filho, Gabriel Rodrigues da Rosa, que desapareceu em Xangri-Lá aos 19 anos.

O corpo dele foi encontrado às margens do Guaíba em fevereiro daquele ano.

A Polícia Civil investiga as circunstâncias do óbito.

— A ficha ainda não caiu, eu acreditava que ele estaria vivo. Mas ao menos agora a busca terminou. Se soubesse que esse serviço do IGP existia antes, já teria feito a coleta há mito tempo. Não tenho nem palavras para a equipe, são pessoas muito queridas, que me trataram muito bem e colocaram fim nessa angústia — afirmou Maristela, em entrevista a Zero Hora.

O mutirão

A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas aconteceu em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, as equipes dos departamentos de Perícias Laboratoriais, Médico-legal e de Identificação do IGP se instalaram em 11 locais de Porto Alegre, da Região Metropolitana e do interior do Estado, para coletar o material genético dos parentes de pessoas desaparecidas.

A campanha foi um sucesso, somando ao todo 189 coletas, mais de três vezes o número de amostras concedidas por familiares em 2020, quando 59 familiares procuraram o IGP.

Uma equipe precisou ser deslocada apenas para processar as amostras coletadas em todo o Estado durante o mutirão.

Os oito matches obtidos representam 18% de todos os casos revelados pelo IGP desde o início do trabalho do Banco de Perfis Genéticos. “É bom ver que a nossa ação trouxe resultado, por mais que ele leve a uma situação triste. É importante dar essa resposta para as famílias, para que elas possam viver o luto”, avalia a perita criminal da Divisão de Genética Forense do IGP, Polyana Maier.

A quantidade de material cedido por familiares e de resultados compatíveis ultrapassou as expectativas do laboratório, resultados obtidos com muito trabalho e planejamento. O mutirão foi realizado nos locais que concentram a maior quantidade de desaparecidos, demonstrando que os corpos normalmente são encontrados próximos ao local do sumiço.

Além disso, desde 2014, todos os corpos sem identificação que passam pelo IGP têm material genético coletado, o que possibilitou a formação de um banco de perfis que conta hoje com cerca de 500 amostras. “Já tínhamos uma quantidade significativa de amostras de cadáveres, mas faltava ampliar a quantidade de amostras dos familiares, o que foi possível através do mutirão” explica Polyana.

A coleta

O mutirão acabou, mas a coleta de material genético de pessoas que têm familiares desaparecidos é um serviço permanente e pode ser feita em todos os Postos Médico-Legais do IGP no Estado e no Laboratório da Divisão de Genética Forense do IGP (Avenida Azenha 255, em Porto Alegre).

A coleta é feita por suabe oral ou amostras de sangue, utilizadas apenas com a finalidade de encontrar pessoas desaparecidas. O material é processado e inserido no Banco de Perfis Genéticos do IGP (BPG/RS), que armazena o material genético de todos os corpos sem identificação do Estado.

Se a identificação for positiva, a Polícia Civil (PC) comunica a família, que pode retirar o corpo (se a morte ocorreu há mais de 30 dias, os restos mortais são enterrados, em gavetas individuais, no cemitério do município onde se deu a localização). Se a identificação não acontecer, o material permanece no BPG. Semanalmente são feitos cruzamentos para tentar a identificação.

Delegacia de Polícia

Em março, a PC inaugurou a Delegacia de Polícia de Investigação de Pessoas Desaparecidas, responsável pela investigação do desaparecimento de maiores de 18 anos em Porto Alegre.

A delegacia é vinculada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e funciona no segundo andar do Palácio da Polícia (Avenida João Pessoa, 2.050, sala 223, bairro Farroupilha, em Porto Alegre).

Embora a nova delegacia exista para investigação qualificada desse tipo de caso, o registro de ocorrência de pessoas desaparecidas pode ser efetuado em qualquer delegacia de polícia do Estado, inclusive na Delegacia Online, não sendo necessário a espera de qualquer tipo de prazo para o registro do boletim.

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