Na última reunião do ano, deputados avaliam crise falimentar do hospital de Osório
A situação falimentar do Hospital São Vicente de Paulo, de Osório, foi o tema discutido na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo deputado Altemir Tortelli (PT), na última reunião ordinária deste ano.
A dramática situação financeira dos hospitais na maioria das regiões do Estado, muitos deixando de atender a população pela falta de repasses do governo, foi um dos temas que pautaram os encontros semanais desta comissão, que em 2018 deverá intensificar a busca da normalidade das contas hospitalares.
Sem quórum para apreciar a Ordem do Dia, os deputados discutiram o tema durante o espaço de Assuntos Gerais, tendo em vista o recebimento de correspondência do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul, solicitando audiência pública para tratar da situação falimentar do Hospital São Vicente de Paulo, em Osório.
Desde julho foram suspensos os repasses do governo do Estado e os 400 trabalhadores em saúde estão com os salários parcelados, os depósitos do FGTS foram suspensos e não há previsão de pagamento do 13° salário, conforme informou o dirigente da entidade dos trabalhadores, Julio Antero Appel de Oliveira. O Hospital São Vicente de Paulo é o único do município.
Ex-secretário estadual da Saúde, o deputado Ciro Simoni (PDT) disse que o Estado está repassando apenas o percentual encaminhado pela União para a Saúde, embora disponha de recursos expressivos no orçamento estadual para esse fim. “Isso é inadmissível”, disse, acrescentando que a situação do hospital de Osório não é diferente das demais casas de saúde no Rio Grande do Sul.
“Apenas os repasses da União são insuficientes”, afirmou. Segundo ele, durante o seu período na secretaria da Saúde, foi ampliada a participação do Estado para aumentar a cobertura da União, mas “o Estado sonega essa participação”. Como profissional médico que atua há quatro décadas no Hospital São Vicente de Paulo, afirmou que “é insustentável qualquer instituição suportar com esses repasses”. Lamentou o fechamento do Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, e reclamou da inoperância do Hospital Regional de Santa Maria. “Não estão brigando pelos recursos para os hospitais”, afirmou.