NASA registra ciclone subtropical Biguá no RS
Ciclone subtropical Biguá foi registrado pela NASA e pela NOAA em imagens impressionantes do satélite GOES-16 na tarde deste domingo.
O fenômeno, que se destaca como o mais significativo no Hemisfério Sul, está posicionado sobre o Leste do Rio Grande do Sul, causando ventos fortes, especialmente na região de Porto Alegre, onde as rajadas superam 80 km/h.
Detalhes do Fenômeno
A imagem de satélite capturada pela NASA evidencia a espiral de nuvens formada pelo vórtice do ciclone subtropical Biguá. O sistema está atualmente se deslocando para o Norte sobre a Lagoa dos Patos, depois de provocar ventos intensos e deixar milhares sem energia elétrica no Sul do estado durante a madrugada.
Ainda no Atlântico, ao Leste do sistema, uma segunda circulação ciclônica também foi detectada, associada a outra área de baixa pressão.
Por que o Ciclone Subtropical Biguá é Atípico?
Biguá é classificado como ciclone subtropical por apresentar um núcleo híbrido:
- Núcleo frio em altura.
- Núcleo quente em baixos níveis da atmosfera.
Esse tipo de sistema é raro no Brasil, onde predominam os ciclones extratropicais, que têm núcleo frio e estão associados a frentes frias.
A última vez que um ciclone subtropical afetou o Rio Grande do Sul foi em maio de 2022, com a tempestade Yakecán, que deixou estragos no estado e no Uruguai.
Impacto de Biguá em Porto Alegre e no RS
As projeções indicam que os ventos mais fortes estão se concentrando na região da Lagoa dos Patos e no Leste do estado, avançando em direção a Porto Alegre.
- Rajadas de vento: Ultrapassam 80 km/h.
- Impactos: Falta de energia elétrica em dezenas de municípios, principalmente no Sul.
Segundo a Marinha do Brasil, o sistema deve enfraquecer ao longo do dia, fazendo a transição de tempestade subtropical para depressão tropical à medida que a pressão atmosférica se eleva.
Origem do Nome Biguá
O ciclone recebeu o nome de Biguá, que significa ave marinha na língua tupi.
A Marinha do Brasil nomeia apenas ciclones atípicos, como os subtropicais e tropicais, enquanto os ciclones extratropicais, comuns na região, não recebem nomes.
O primeiro nome utilizado nesta lista foi Akará, que designou um ciclone subtropical ocorrido na costa do Sudeste brasileiro em fevereiro deste ano.
Ciclone Subtropical x Ciclone Extratropical
A diferença principal entre esses dois sistemas climáticos está na estrutura e no mecanismo de alimentação:
- Ciclone Extratropical:
- Formado em latitudes médias e altas.
- Associado a frentes frias e gradientes térmicos entre massas de ar frio e quente.
- Núcleo frio com frentes meteorológicas bem definidas.
-
Ciclone Subtropical:
- Formado em latitudes subtropicais (20° a 40°).
- Alimentação mista: gradiente térmico e calor liberado pela condensação de vapor d’água.
- Núcleo intermediário, com características híbridas entre ciclones tropicais e extratropicais.
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