No batuque da gafieira
Fui novamente neste último feriado. A cidade mudou. Avenidas largas, prédios lindos, a Barra da Tijuca mais linda do que nunca e lotada de prédios e turistas. Mas eu fui visitar uma prima, carioca da gema, um doce de criatura. Pedi a ela que gostaria de visitar o Rio que os turistas não vão. Atrações que só os cariocas freqüentam. Vão me perdoar, fui a tantos lugares que não lembro os nomes. Um restaurante pequeno. O prato: carneiro e arroz com brócolis. Por absoluta incapacidade fui obrigado a deixar sobra. É um manjar dos deuses. O carneiro derretendo na boca, o arroz com brócolis, com alho frito bem picado por cima.
Num outro local comemos uma feijoada de frutos do mar com moqueca de peixe. Estávamos com duas amigas maravilhosas, Silvana e Cristina. Pedimos três porções e pra minha infelicidade sobrou de novo. As porções são extremamente generosas e não se consegue comer tudo. Mas o melhor estava por vir. À noite fomos a Lapa, em baixo dos Arcos. Pequenas ruelas, mais parecidos com becos, lotadas de gente de todo tipo e lugar.
Meninas lindas, negros simpáticos, gente jovem…e coroas como nós. Entramos numa boate. Lotada. Mas conseguimos vagas e, num primeiro momento ficamos apreciando os dançarinos. Bem, depois de olhar um pouco já estava preocupado de tirar minha prima para dançar. Paulinho de Jesus em diversas versões.
Mas me arrisquei, e ao som de uma música antiga e dolente pude matar a saudades de tempos idos. Tudo, é lógico, tendo uma mulher linda dançando comigo. Saindo dali fomos percorrer as ruas próximas. Encostadas uma as outras diversas casas ou bares onde se tocava samba, boleros, carnaval.
E o pessoal dançando nas portas de cada uma delas, tomando sua cervejinha, conversando e curtindo a verdadeira noite carioca Meus dias de folga terminaram e me vi obrigado a deixar pra trás um pedaço do verdadeiro Brasil. Isso sem contar com o coração que ficou, muito bem guardado, nas mãos de minha prima, a minha querida rainha Vitória.