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No século 21, Colorado se torna campeão de tudo e mais um pouco

Se um torcedor não pode reclamar da última virada de século, esse é o colorado. Poucos podem se gabar de ter dado tanta volta olímpica. A conquista da segunda Libertadores, nesta quarta-feira após a vitória por 3 a 2 sobre o Chivas Guadalajara, coroa ainda mais uma sequência de títulos iniciada em 2006, justamente após o primeiro triunfo sul-americano. Dali em diante, o Inter foi campeão de tudo e um pouco mais. Agora, segue a trilha de único clube brasileiro a ter vencido todos os campeonatos nacionais e internacionais em disputa atualmente. E de ver se tornar ainda maior a sua sala de troféus.

 Com a segunda Libertadores conquistada, o Inter fica na cola do São Paulo, único brasuca tricampeão, e entra no seleto grupo de bicampeões sul-americanos. Junta-se ao poderoso Santos (1962-63), ao arquirrival, o Grêmio, (1983-95), e ao Cruzeiro (1976-1997). Deixa para trás Flamengo, Palmeiras e Vasco, que têm apenas um título – em 1981, 1997 e 1998, respectivamente.

Se no fim do ano, no Mundial de Clubes da Fifa, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o Colorado transformar novamente em vermelho o planeta, como fez em 2006, vai superar o Corinthians, que se sagrou campeão em 2000; o Rubro-Negro carioca, em 1981; e o Tricolor gaúcho, em 1983. Além disso, se igualará ao Peixe dos tempos de Pelé, duas vezes campeão (1962-62), e se aproximará do grande papão, o Tricolor Paulista, o único tri (1992-1993-2005).

Antes da virada do século 21, os colorados sequer tinham visto o clube ganhar um título internacional de expressão. Até em terras brasileiras a seca era grande. Afinal, o último grito com a faixa no peito ocorreu na Copa do Brasil de 1992. Os três Brasileiros foram conquistados nos anos 70 (1975-76-79), numa época pródiga de craques do nível de Falcão, Carpegiani e Mauro Galvão.

Tríplice Coroa

Títulos gaúchos surgiam às pencas. No século 21, foi tetra (2002-03-04-05). A partir de 2006, o Inter deu passos maiores. O direito de disputar a Libertadores chegou após o polêmico vice-campeonato brasileiro de 2005. O título nacional terminou com o Corinthians de Tevez & Cia numa competição em que houve o escândalo de manipulação de resultados envolvendo o árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Com isso, foram anulados treze jogos – dois do Timão, que os disputou novamente e os venceu, ficando na frente do Inter no total de pontos.

Mas o que era melhor estava por vir. Treinado por Abel Braga, o Colorado fez maravilhosa campanha na Libertadores, coroada por uma final inesquecível contra o então campeão do mundo, o São Paulo. Na primeira partida, no Morumbi, o time venceu por 2 a 1. Brilhou a estrela do atacante Rafael Sóbis, artilheiro da partida e um dos jogadores mais decisivos. Depois, no inesquecível 16 de agosto, o empate sensacional por 2 a 2, gols do líder e ídolo Fernandão e deTinga – os do São Paulo foram de Lenílson e Fabão -, garantiu o título e a festa no Gigante do Beira-Rio.

No fim do ano, a equipe, já com Alexandre Pato começando a despontar, foi disputar o Mundial de Clubes da Fifa e chegou à decisão. No dia 17 de dezembro, em Yokohama, no Japão, o gol do reserva e contestado Adriano Gabiru na vitória de 1 a 0 sobre o poderoso Barcelona de Ronaldinho Gaúcho deixou o mundo vermelho de alegria. Outro título inédito conquistado, o mais importante e sonhado.

E apesar do mau início de temporada em 2007, a Triplice Coroa chegou logo em junho. No dia 7, novamente no Beira-Rio, o capitão Fernandão ergueu a Recopa Sul-Americana, após a vitória por 4 a 0 sobre o Pachuca, do México – na primeira partida, o Colorado saiu derrotado por 2 a 1. Alex, de pênalti, Pinga, Alexandre Pato e Mosquera (contra) marcaram os gols.

Copa Sul-Americana na lista

Em 2008. logo no início do ano, o time faturou a Copa Dubai. Na final, vitória por 2 a 1 sobre o Inter de Milão, gols de Fernandão e o talentoso Nilmar. Era o aperitivo para mais um Gaúcho e o título mais importante conquistado no ano, a Copa Sul-Americana.

Esse o Inter ainda não tinha. Para conquistá-lo, passou por adversários de respeito, como o Boca Juniors, o Chivas, adversário na final da Libertadores 2010, e o Estudiantes na grande final. Os dois jogos foram emocionantes. O primeiro, em La Plata, foi vencido pelo Colorado por 1 a 0, gol marcado por Alex.  No segundo, os hermanos deram troco nos gaúchos com o mesmo placar durante os 90 minutos. O gol de Ayales levou a partida para a prorrogação no Beira-Rio. E Nilmar, aos 8 do segundo tempo, definiu com quem ficaria o caneco.

Com a quarta taça internacional oficial na mão, o Internacional se juntou ao Boca Juniors no seletíssimo grupo dos clubes sul-americanos que têm todos os títulos possíveis de serem conquistados. E se em 2009, no ano do centenário, o Colorado amargou três vices – Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Brasileiro -, ganhou ao menos o Gauchão e a Copa Suruga Bank, disputada no Japão. Agora, com a segunda Libertadores em 2010, volta a dar voos mais altos e faz cada vez mais jus ao nome.

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