Nova moda em Nova York é jogar fora as coleções de CD
É o sinal do fim de uma era: com a chegada de tocadores de MP3 como o iPod, com capacidade de armazenar até centenas de discos, coleções e coleções de CDs estão ganhando as ruas de Nova York em busca de um novo dono.
Uma reportagem publicada neste domingo (10) no jornal “The New York Times” mostra que enquanto donos desses aparelhos mais avançados estão se desfazendo de seus discos vendendo-os para amigos ou conhecidos que ainda não aderiram à nova onda tecnológica, outros menos pacientes simplemente despejam pilhas e pilhas de CDs nas ruas nova-iorquinas.
O diário cita o universitário Drew Hoffman, que está de malas prontas para se mudar para Montréal, no Canadá. Para economizar espaço, ele deixou na rua uma boa parte de sua coleção, com discos como “Southpaw grammar”, do ex-The Smiths Morrissey e “Chutes too narrow”, da banda The Shins, discos que são razoavelmente valorizados na lojas norte-americanas.
“Eu tenho dois iPods”, disse Hoffman, de 26 anos. “Eu não compro CDs há algum tempo.”
Jeff Dupée, baixista da banda pop punk Impulse, disse que avistou dias atrás na Quinta Avenida dois sacos de lixo com CDs de indie rock.
“Eu pensei em levá-los a uma loja a duas quadras para vendê-los”, enquanto fazia sua própria venda em uma loja de usados.
David Graham, que trabalha em uma livraria, acabou por comprar os discos de Dupée, dentro da roda-viva do mercado de CDs usados. “Eu estava buscando esse por um bom tempo”, disse, apontando para “Tom's album”, disco de versões de um sucesso da cantora Suzanne Vega. “Sabe aquela música: ta-ta-ta-ra-ra-ta-ta-ra-ra-ta-ta-ra…”, referindo-se ao hit “Tom's diner”.
“Sou um pouco antiquado”, disse. “Gosto de algo mais palpável.”
Mas Michael Rabitt, de 28 anos, que desenvolve programas de computador, disse que manter CDs é uma espécie de seguro. “Eu tenho que trabalhar quando um computador falha”, declara. “Então eu sou um pouco paranóico em ter back-ups.”