Novo ciclone em formação: veja o que esperar
Novo ciclone extratropical impactará o tempo no Rio Grande do Sul na metade desta semana e será responsável por trazer chuva, vento e queda de temperatura, mas a MetSul Meteorologia antecipa que as expectativas em torno de impactos deste sistema não devem ser maiores, uma vez que os seus efeitos tendem a ser muito menores que em sistemas anteriores nos últimos dois meses.
O que vai acontecer? Uma frente semi-estacionária traz chuva desde este começo de semana para cidades principalmente do Oeste e do Sul do Rio Grande do Sul com ar frio no Sul gaúcho e ar mais quente atuando no Norte do estado.
Os volumes de chuva entre hoje e quarta-feira vão passar de 50 mm em muitas cidades entre a Campanha e o Sul gaúcho com marcas isoladas de 75 mm a 100 mm, e até isoladamente superiores.
No final da quarta-feira, o centro do ciclone estará mais intenso, com pressão ao redor de 995 hPa, sobre o Oceano Atlântico Sul, mas já se distanciando do continente e a cerca de 500 quilômetros a Sudeste de Montevidéu
No começo da quinta, por sua vez, a tempestade no mar já estará a quase mil quilômetros a Sudeste de Montevidéu e do Chuí.
No final da quinta-feira, o ciclone já vai estar muito distante do continente, em longitude aproximada de 35ºW, ou seja, cerca de 1.500 quilômetros longe do continente.
O ciclone desta semana vai se dar na área em que comumente se formam os ciclones, a Sudeste do Chuí e na foz do Rio da Prata, mais ao Sul. Muito diferente dos últimos três ciclones que impactaram o Rio Grande do Sul e tiveram a sua formação mais ao Norte.
O ciclone de 15 e 16 de junho, que deixou 16 mortos, se originou de uma baixa que se formou na costa do Sudeste do Brasil e migrou de forma anômala do mar em direção ao continente até o ciclone ganhar força sobre o mar junto ao Litoral Norte gaúcho, onde permaneceu por horas antes de se afastar.
Já o ciclone entre os dias 7 e 8 de julho se formou longe da costa, mas a baixa pressão que lhe deu origem passou e se aprofundou sobre a Metade Norte do Rio Grande do Sul, trazendo chuva que somou até 130 mm em algumas cidades com estragos.
Por sua vez, o ciclone dos dias 12 e 13 de julho, de forma pouco comum, se formou sobre o Rio Grande do Sul, em terra, numa ciclogênese continental e não marítima. Ao chegar na costa, se aprofundou muito sobre o mar bastante perto do litoral.
Por isso, a chuva foi volumosa e os ventos ainda mais intensos que no sistema de junho com oito mortes e rajadas de até 150 km/h no Rio Grande do Sul e perto de 160 km/h em Santa Catarina.
Os dois ciclones que causaram muitos estragos e vítimas, em junho e agora em julho, portanto tiveram características anômalas (migração do mar em direção ao continente e formação sobre o continente) que não estarão presentes neste sistema que se formará na região ciclogenética (de origem dos ciclones) tradicional, ainda de acordo com a MetSul.
Nota da Marinha
A Marinha do Brasil participa que um sistema de baixa pressão atmosférica poderá afetar a faixa litorânea do estado do Rio Grande do Sul, entre Chuí (RS) e Mostardas (RS), com ventos de direção Sudeste a Leste com intensidade de até 75 km/h (40 nós), entre as noites dos dias 24 e 25 de julho.
O mesmo sistema poderá provocar ressaca na faixa litorânea do estado do Rio Grande do Sul, entre Rio Grande (RS) e Mostardas (RS), com ondas de direção Sudeste a Leste e altura de até 2,5 metros, entre a madrugada e a noite do dia 25 de julho.
A Marinha do Brasil mantém todos os avisos de mau tempo em vigor no endereço eletrônico https://www.marinha.mil.br/chm/dados-do-smm-avisos-de-mau-tempo.
Adicionalmente, as informações meteorológicas podem ser visualizadas na página do Serviço Meteorológico Marinho no Facebook, no link: https://www.facebook.com/servicometeorologicomb/, ou por meio dos aplicativos “Previsão Ambiental Marinha (PAM)” e “Boletim ao Mar”, desenvolvidos em parceria com a Petrobras e com o Instituto Rumo ao Mar (RUMAR), respectivamente.
Os aplicativos estão disponíveis para download nos smartphones e tablets com sistemas Android e iOS.
Alerta-se aos navegantes que consultem essas informações antes de se fazerem ao mar e solicita-se ampla divulgação às comunidades de pesca e esporte e recreio.
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