Esta nova fase da Campanha do Desarmamento foi lançada oficialmente no País pelo Ministério da Justiça, no dia 4 de maio deste ano, no Rio de Janeiro. Em 20 de maio, o lançamento ocorreu no Rio Grande do Sul, em ato realizado no Palácio Piratini, que contou com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na oportunidade, o governador Tarso Genro e o ministro fizeram a destruição simbólica de um revólver calibre 38 para estabelecer a campanha no Estado, o segundo da Federação a aderir à campanha.
Desde o início da Campanha do Desarmamento, as armas só podem ser recolhidas junto a 11 postos da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Conforme o secretário-adjunto da SSP, Juarez Pinheiro, esta primeira reunião de trabalho ocorreu a partir da necessidade de ampliar os locais de recolhimento. Desta forma, segundo Pinheiro, a população, protegida pelo anonimato e tendo mais postos funcionando 24 horas por dia, terá maior facilidade para encaminhar a arma.
O delegado Cristiano Luis da Rocha Gobo, da Polícia Federal, considerou importante esta articulação entre os órgãos de segurança pública, para a elaboração de um futuro convênio que possa multiplicar os postos de recolhimento no RS. A partir do encontro, as instituições irão analisar aspectos e procedimentos para a medida e para que o acordo seja firmado em definitivo, muito em breve.
O diretor da Divisão de Armas, Munições e Explosivos (Dame), delegado Mauro Vasconcelos, disse que há o empenho da Polícia Civil para fomentar a campanha, restando apenas definir quais delegacias e unidades do órgão serão colocados à disposição para recolher armas. O mesmo procedimento está sendo feito pela Brigada Militar. Conforme a tenente-coronel Ana Maria Haas, a corporação analisa a hipótese de facilitar o acesso a quartéis e unidades da BM.
Representando o Comitê Gaúcho por um Brasil Sem Armas, Helena Bonumá, explicou que a entidade tem acesso direto ao cidadão, com quem pode deflagrar um diálogo e processo de conscientização da necessidade de diminuir o número de armas em circulação na sociedade, visando diminuir a criminalidade. “Queremos criar a oportunidade de haver a entrega da arma, sem necessidade de intervenção policial”, disse a articuladora. Um dos caminhos, também analisado na reunião, diz respeito à instituição de postos móveis de recolhimento, por meio do qual o comitê iria diretamente ao cidadão possibilitar a entrega.