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O céu se abriu – Dom Jaime Pedro Kohl

O céu se abriu

Na semana passada dizíamos que é muito mais importante olhar pelo para-brisa que pelo retrovisor, no sentido que a esperança por um futuro melhor para todos nos move, pelo fato que Deus desceu até nós – assumiu-nos pela Encarnação – e caminha conosco. Nesse movimento de descida quis precisar de colaboradores: de uma jovem chamada Maria e de um varão chamado José (pai adotivo de Jesus).

As celebrações vão se desenrolando com muita rapidez nesses dias, que nem dá tempo para contemplá-las direito. Dois dias após o Natal celebramos a festa da Sagrada Família, no primeiro do ano a Solenidade da Mãe de Deus. Logo veio a festa da Epifania, manifestação que continua com o Batismo de Jesus, ocasião na qual “o céu se abriu e o Espírito, como pomba, desceu sobre Jesus”.

Essa imagem do céu que se abre, do Espírito Santo que desce sobre Jesus e a voz que brada: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” nos faz pensar as tantas decidas de Deus, nas tantas iniciativas Dele para concretizar o seu projeto de amor pela humanidade. Isso pode ser compreendido melhor se olharmos pelo retrovisor da História da Salvação.

Segundo o Pe. Antônio Iraildo, “o céu aberto revela a intimidade de Jesus com o Pai. O Senhor rasga o céu para instaurar o Reino. O Espírito que desce é a força amorosa e transformadora. Essa força renova o mundo. É um sopro sereno e não um vendaval. A pomba, por sua vez, evoca a ideia da ave mensageira, surgida após a devastação do dilúvio. Ela é a comunicação do divino com o humano. Ali o plano original de Deus é restabelecido. A voz do céu é Deus se derramando de amor. Essa mesma voz ecoará no grande grito, naquele dia, no alto da cruz: ‘verdadeiramente, este é o filho de Deus’. Nele está todo o bem-querer, a alegria, a realização do Pai”.

Cada um pode acrescentar outras belas intuições. Ao descer e armar sua tenda entre nós, no seio de uma família, Deus quis mostrar-nos quanto ela é significativa e essencial à sociedade e à Igreja. A família que acolhe a vida torna-se Igreja Doméstica, santuário da vida, viveiro da humanidade, jardim de Deus onde nascem e crescem as flores mais belas e totalmente originais, presépio pronto para acolher Aquele que nos vem trazer a paz.

Que o mesmo Espírito que desceu sobre Jesus, desça também sobre nós e nossas famílias para que possamos fazer o que Ele fez! Eles fizeram! Que o céu que se abriu para Ele, permanece sempre aberto a nós para sentirmos o mesmo amor do Pai que Ele sentiu!

Para refletir:

1) Consigo me ver, de alguma forma, envolvido nesta reflexão?

2) Céus que se abrem. Deus que faz ouvir sua voz. Espírito que desce. Como entender isso tudo? Mexe comigo? Dou abertura a voz de Deus?

3) Lembra muito família como algo querido e abençoado por Deus. Como é a minha família? O que poderia fazer para que nela possa nascer Jesus, hoje?

Textos bíblicos: Eclo 3,3-7.14-17ª; Ef 3,2-6; Mc 1, 7-11; Sl 127 (128).

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