O futuro que já chegou 3: Jayme José de Oliveira
Engenharia Genética é o ramo da ciência que consegue reunir diversas técnicas para fins de manipulação dos genes de qualquer organismo a partir de experimentos artificiais. Esse processo de manipulação faz com que tais elementos sejam duplicados, transferidos ou mesmo isolados dos genes originais.
Pode ser utilizada para modificar as características genéticas de qualquer ser vivo. Organismos geneticamente modificados são conhecidos e utilizados tanto para a agricultura, pecuária,alimentação, como para a obtenção de vacinas e drogas farmacêuticas, amplamente usadas e com resultados extremamente eficazes. Vacinas como a H1N1, nossa conhecida e a insulina, indispensável para a sobrevida de diabéticos prescindem de quaisquer comentários quanto à sua eficácia e imprescindibilidade.
Um organismo é chamado de transgênico quando é feita uma alteração no seu DNA – que contém as características de um ser vivo. Por meio da engenharia genética genes são retirados de uma espécie animal ou vegetal e transferidos para outra. Esses novos genes introduzidos quebram a sequência de DNA que sofre uma espécie de reprogramação sendo capaz, por exemplo, de produzir um novo tipo de substância diferente da que era produzida pelo organismo original.
É importante saber que um dos grandes feitos da engenharia genética é a manipulação dos genes com o objetivo de curar doenças genéticas, conhecida como terapia gênica ou geneterapia. Essa terapia consiste no uso da engenharia genética para tratar as pessoas portadoras de doenças, deficiências ou danos, com o desejo de restaurá-las para o estado normal de saúde.
A terapia genética, ou gênica, é um tratamento inovador que utiliza modificações dos genes para tratar uma doença e pode, no futuro, ser a cura de diversas doenças genéticas e, até mesmo do câncer.
Este tipo de terapia consiste, principalmente, em provocar mudanças no DNA nas células afetadas pela doença e ativar as defesas do corpo para reconhecerem os tecidos danificados e conseguirem eliminá-los, o que é feito com a injeção, no organismo do paciente, de tecidos ou vírus geneticamente modificados.
As doenças que podem vir a ser tratadas desta forma são aquelas que envolvem alguma alteração no DNA, como o câncer, doenças autoimunes, diabetes, epilepsia, dentre outras doenças degenerativas ou genéticas, entretanto, em muitos casos ainda estão em fase de testes.
A terapia genética consiste no uso de genes em vez de medicamentos para tratar doenças. Ela é feita alterando-se o material genético do tecido comprometido pela doença por outro que seja normal. A forma mais comum de se conseguir realizar esta alteração é através de um método chamado ex-vivo, que é feita seguindo os seguintes passos:
1. Coleta-se uma amostra do tumor ou tecido do órgão afetado;
2. Localiza-se o local do DNA que está alterado na doença;
3. São obtidos fragmentos de DNA que contém a informação correta e são colocados dentro do material genético de um vetor, que pode ser um vírus;
4. Injeta-se o novo vírus geneticamente modificado na amostra de tecido doente (o vírus também é alterado para não provocar doenças);
5. O tecido com o novo material genético é introduzido no organismo, para que assim as células passem a se comportar de forma saudável, corrigindo o defeito genético.
Além disso, outra forma de terapia gênica, menos utilizada, é chamada de método in-vivo, é feita injetando-se o tecido com material genético modificado diretamente no organismo, sem necessidade de passar por uma amostra fora do corpo.
Doenças que a terapia gênica pode tratar
A terapia gênica é promissora para o tratamento de qualquer doença genética, entretanto, somente para algumas já pode ser realizada ou está em fase de testes. Alguns tratamentos disponíveis incluem:
• Tratamento do câncer, principalmente leucemias, linfomas, melanomas e sarcomas.
• Doenças causadas por mutações genéticas, como deficiência de adenosina deaminase, leucodistrofiametacromática ou síndrome de Wiskoff-Aldrich, por exemplo.
Este tipo de terapia também é promissora ao tratamento de outras doenças, como HIV, hemofilia, doença de Parkinson, além de diversas doenças auditivas ou visuais, entretanto, ainda não está disponível nos centros médicos do Brasil, pois é cara e necessita de uma tecnologia avançada.
Terapia genética contra o câncer
A terapia genética para tratamento do câncer já é realizada em alguns países, e pretende ser iniciada no Brasil. É particularmente indicada para casos específicos de leucemias, linfomas, melanomas ou sarcomas, por exemplo.
Este tipo de terapia consiste, principalmente, em ativar as células de defesa do corpo para reconhecerem as células tumorais e conseguirem eliminá-las, o que é feito com a injeção de tecidos ou vírus geneticamente modificados no organismo do paciente.
Acredita-se que, futuramente, a terapia gênica se torne mais eficiente e substitua os tratamentos atuais para o câncer, entretanto, como ainda é cara e necessita de uma tecnologia avançada, é preferencialmente indicada em casos que não respondem ao tratamento com quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Em três colunas me propus apresentar algumas das últimas descobertas da ciência médica utilizadas no abrandamento dos sofrimentos causados por moléstias que sempre existiram e outras derivadas do nosso modo de viver, dinâmico, agitado e, por vezes, descontrolado. Como complemento, a cura com retorno ao estado sadio. Algumas dessas terapias ainda estão em fase experimental enquanto outras, mais ousadas e complexas, pertencem ao futuro. Esperamos que próximo.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado