O mate, o taura e o tempo – Erner Machado
(Para os meus amigos (as) em especial para o meu irmâo Luiz Ernani Souza que guardou o original deste singelo poema campetio que eu fiz lá pelo ano de 70.)
O Mate Amargo é um costume .
Que o taura traz por herança,
Desde os tempos de criança,
Vivendo pelo galpão,
Muito guri se fez homem,
Nos rituais do chimarrão
Assim, os dois, irmanados,
Trançando, um mesmo laço,
Com as canas de um mesmo braço,
O Taura e o Mate Campeiro,
Sempre serão companheiros,
No inverno, chuva ou mormaço.
Mas o tempo – Nosso Patrão,
Muda a vida do cristão
Do jeito que bem entende,
Mas o taura não se rende
E ri do que tempo pretende,
Ao sabor de um chimarrão.
Não Creio que o tempo mude
Mesmo que o tempo assim queira
Sempre haverá uma chaleira,
Daquelas do casco preto,
E um churrasquito no espeto
Num velho fogo de chão,
E um xiru velho sisudo
Olhando mudar-se tudo
Com a cuia firme na mão