Os feminicídios que ocorreram no Rio Grande do Sul durante o feriado de Páscoa e Tiradentes são um triste reflexo de uma realidade alarmante e persistente no Brasil: a violência generalizada praticada, indiscriminadamente.
Mata-se meninos, mata-se meninas, mata-se homens e mata-se mulheres!
A brutalidade com que essas vidas foram ceifadas não apenas abala as comunidades, mas também revela as profundas raízes sociais, culturais e estruturais que sustentam essa chaga.
Me permito, como o faço, abaixo, com o devido respeito às opiniões mais abalizadas, a procurar identificar as possíveis causas destes eventos que causam enormes angústias e preocupações a toda a comunidade de nosso estado:
1-Cultura de Violência:
O Brasil, infelizmente, é um dos países com as mais altas taxas de homicídios no mundo.
Essa triste realidade é alimentada por uma cultura que normaliza a violência como uma forma de resolução de conflitos, especialmente, em relações de poder desiguais entre homens e mulheres.
2-Machismo Estrutural:
O machismo enraizado, que ainda persiste, na sociedade brasileira perpetua a ideia de que o homem deve ter controle sobre a mulher.
Essa concepção distorcida de masculinidade contribui para o desencadeamento de atos de violência extrema contra mulheres.
3-Falta de Políticas Públicas Eficazes:
A resposta do Estado frente à violência contra a mulher muitas vezes se mostra inadequada.
A carência de serviços de apoio, como abrigos, assistência jurídica e psicológica, agrava a situação de muitas mulheres que vivem em ambientes abusivos.
4-Impunidade:
A lentidão do sistema judiciário e a falta de punição rigorosa para crimes de feminicídio incentivam a continuidade da violência.
Essa impunidade alimenta a sensação de que a vida da mulher não é valorizada.
5-Crises Sociais:
Contextos de crise econômica e social também são fatores que influenciam o aumento da violência.
Momentos de tensão podem elevar os níveis de estresse e, consequentemente, o número de casos de violência doméstica.
Finalmente, podemos concluir que os dez feminicídios ocorridos durante o feriado são um grito por justiça e uma clara exigência de mudanças.
Cada uma das vidas tiradas representa uma história interrompida, sonhos desfeitos e um legado de dor para famílias e comunidades.
A morte de mulheres como resultado de violência generalizada não deve ser vista apenas como tragédias isoladas, mas como um indicativo de um problema sistêmico que exige um enfoque abrangente.
É imperativo que a sociedade, os governos e as instituições se posicionem firmemente contra essa violência.
Campanhas educativas, maior efetividade nas leis existentes, e a implementação de programas sociais que promovam a igualdade civil entre homens e mulheres são essenciais para a erradicação dessa barbaridade.
Por fim, é fundamental que a memória dessas mulheres não seja esquecida.
Elas devem ser lembradas não apenas como vítimas, mas como símbolo da luta por justiça e igualdade.
O que aconteceu no Rio Grande do Sul é um chamado para que todos nós reflitamos sobre nossas ações e comportamentos, e nos unamos na construção de uma sociedade mais justa, na qual os Seres Humanos- Homens e Mulheres, resolvam seus conflitos de forma civilizada e possam viver, harmonicamente, sem medo, com dignidade e sem mortes.
(Recanto da Ana e do Erner,22/04/25- Capão Novo)
Grande abraço do Erner Machdo