O que foi, o que é e o que poderia ser - Por Jayme José de Oliveira - Litoralmania ®
Jayme José de Oliveira
Colunistas

O que foi, o que é e o que poderia ser – Por Jayme José de Oliveira

Elio Gaspari (Correio do Povo, 26/08/2.015) escreveu:

“Tendo produzido uma crise econômica e política, a doutora Dilma e o PT mostraram-se dedicados a agravá-la. Chamaram Joaquim Levy para cuidar das contas e puxaram-lhe o tapete. Chamaram Michel Temer para cuidar da articulação política e lhe cortaram as asas” (sic).

Mais adiante:

Antagonismos fazem parte de qualquer governo, em qualquer época. O que distingue a barafunda da doutora Dilma é a sua capacidade de criar novos problemas magnificando os velhos. O governo não demorou para perceber a gravidade da crise econômica que alimentou, tentou negá-la, e deu no que deu”(sic).

Quem acompanha minhas colunas pode imaginar o quanto essas palavras do jornalista que escreveu “A Ditadura Envergonhada”, “A Ditadura Escancarada”, “A Ditadura Derrotada” e “A Ditadura Encurralada” me fizeram lembrar o que foi, o que é e o que poderia ser.

“Como num enredo detetivesco, Elio persegue os caminhos e pistas de como foi armado o golpe de 1.964 e de como, 21 anos mais tarde, foi desmontada a ditadura”. (Heloisa Buarque de Holanda)

“O maior jornalista brasileiro faz uma revelação a cada página. Historiador, ele vai do geral para o particular e torna presente o passado. Com mão de escritor, traça o perfil dos homens em meio à força dos fatos”. (Mario Sergio Conti)

Os anos que precederam 1.964 foram tumultuados e prenhes de indícios do que poderia ocorrer… e ocorreu.

O suicídio de Vargas (1.954), a renúncia de Jânio e a Legalidade (1.961), a deposição de Jango pelo golpe militar (1.964), foram encadeamentos naturais.

Com a redemocratização (1.985) iniciou um processo conturbado por uma inflação que atingiu 2.708,39% (IGP-DI da FGV) em 1.993.

Após diversos planos fracassados, com Itamar na presidência e FHC como Ministro da Fazenda o Plano Real abateu o dragão tido como invencível. Ao final do governo, 10,40% em 2.001 foi o “refresco” legado a Lula.

Quando se antevia um futuro tranquilo, desastradas medidas econômicas e corrupção exacerbada nos aproximam, mais uma vez, do abismo.

Elio Gaspari merece credibilidade inclusive pelas obras supracitadas e, ao redigir a crônica cujo excerto encabeça o texto, nos deixa com um frio na espinha.

AINDA HÁ TEMPO, DESDE QUE ENSARILHEMOS AS ARMAS E LABOREMOS SEM PIXULECOS. TODOS!

(índices percentuais)

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

ACUMULADO

1980

6,25

4,20

6,57

5,70

6,40

5,87

8,44

6,93

5,27

7,65

7,56

5,89

110,25%

1981

6,56

8,49

7,35

5,48

6,19

4,46

5,08

6,73

5,08

4,35

5,31

3,80

95,20%

1982

6,29

6,85

7,23

5,35

6,12

7,99

6,06

5,80

3,66

4,78

5,00

6,14

99,71%

1983

9,05

6,52

10,09

9,20

6,70

12,28

13,31

10,11

12,79

13,26

8,43

7,56

210,98%

1984

9,81

12,26

9,95

8,94

8,86

9,25

10,32

10,62

10,51

12,58

9,88

10,53

223,81%

1985

12,64

10,16

12,71

7,22

7,78

7,84

8,92

14,00

9,13

9,05

14,95

13,20

235,13%

1986

17,79

14,98

5,52

-0,58

0,32

0,53

0,63

1,33

1,09

1,39

2,46

7,56

65,04%

1987

12,04

14,11

15,00

20,08

27,58

25,87

9,33

4,50

8,02

11,15

14,46

15,89

415,87%

1988

19,14

17,65

18,16

20,33

19,51

20,83

21,54

22,89

25,76

27,58

27,97

28,89

1.037,53%

1989

36,56

11,80

4,23

5,17

12,76

26,76

37,88

36,48

38,92

39,70

44,27

49,39

1.782,85%

1990

71,90

71,68

81,32

11,33

9,07

9,02

12,98

12,93

11,72

14,16

17,45

16,46

1.476,71%

1991

19,93

21,11

7,25

8,74

6,52

9,86

12,83

15,49

16,19

25,85

25,76

22,14

480,17%

1992

26,84

24,79

20,70

18,54

22,45

21,42

21,69

25,54

27,37

24,94

24,22

23,70

1.157,84%

1993

28,73

26,51

27,81

28,22

32,27

30,72

31,96

33,53

36,99

35,14

36,96

36,22

2.708,39%

1994

42,19

42,41

44,83

42,46

40,95

46,58

5,47

3,34

 1,55

2,55

2,47

0,57

909,67%

1995

1,36

1,15

1,81

2,30

0,40

2,62

2,24

1,29

 -1,08

0,23

1,33

0,27

14,77%

1996

1,79

0,76

0,22

0,70

1,68

1,22

1,09

0,00

0,13

0,22

0,28

0,88

9,33%

1997

1,58

0,42

1,16

0,59

0,30

0,70

0,09

-0,04

 0,59

0,34

0,83

0,69

7,48%

1998

0,88

0,02

0,23

-0,13

0,23

0,28

-0,38

-0,17

-0,02

-0,03

-0,18

0,98

1,71%

1999

1,15

4,44

1,98

0,03

-0,34

1,02

1,59

1,45

1,47

1,89

2,53

1,23

19,99%

2000

1,02

0,19

0,18

0,13

0,67

0,93

2,26

1,82

0,69

0,37

0,39

0,76

9,80%

2001

0,49

0,34

0,80

1,13

0,44

1,46

1,62

0,90

0,38

1,45

0,76

0,18

10,40%

2002

0,19

0,18

0,11

0,70

1,11

1,74

2,05

2,36

2,64

4,21

5,84

2,70

26,41%

2003

2,17

1,59

1,66

0,41

-0,67

-0,70

-0,20

0,62

1,05

0,44

0,48

0,60

7,67%

2004

0,80

1,08

0,93

1,15

1,46

1,29

1,14

1,31

0,48

0,53

0,82

0,52

12,13%

2005

0,33

0,40

0,99

0,51

– 0,25

– 0,45

– 0,40

– 0,79

– 0,13

0,63

0,33

0,07

1,22%

2006

0,72

– 0,06

– 0,45

0,02

0,38

0,67

0,17

0,41

0,24

0,81

0,57

0,26

3,79%

2007

0,43

0,23

0,22

0,14

0,16

0,26

0,37

1,39

1,17

0,75

1,05

1,47

7,89%

2008

0,99

0,38

0,70

1,12

1,88

1,89

1,12

– 0,38

0,36

1,09

0,07

-0,44

9,10%

2009

0,01

– 0,13

-0,84

0,04

0,18

-0,32

-0,64

0,09

0,25

-0,04

0,07

-0,11

-1,43%

2010

1,01

1,09

0,63

0,72

1,57

0,34

0,22

1,10

1,10

1,03

1,58

0,38

11,30%

2011

0,98

0,96

0,61

0,50

0,01

-0,13

-0,05

0,61

0,75

0,40

0,43

-0,16

5,01%

2012

0,30

0,07

0,56

1,02

0,91

0,69

1,52

1,29

0,88

-0,31

0,25

0,66

8,11%

2013

0,31

0,20

0,31

-0,06

0,32

0,76

0,14

0,46

1,36

0,63

0,28

0,69

5,52%

2014

0,40

0,85

1,48

0,45

-0,45

-0,63

-0,55

0,06

0,02

0,59

1,14

0,38

3,78%

2015

0,67

0,53

1,21

0,92

0,40

0,68

0,58

5,09%

Jayme José de Oliveira – cdjaymejo@gmail.com

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