O que seria, para o senhor? – Erner Machado

Erner Machado

O QUE SERIA, PARA O SENHOR?

Desde o ano de 2008 quando cheguei em Capão da Canoa que, quando entro em um estabelecimento comercial, de qualquer ramo, ouço inexoravelmente, dos funcionários ou donos, que me atendem, a seguinte frase: “o que seria para o senhor? ” .

E assim passaram-se os anos e eu nunca me dispus a procurar a razão da frase que é utilizada, universalmente, no comércio da cidade.

Embora a mesma não me caísse bem, aos ouvidos, fui quase me acostumando com ela, na medida em que o tempo passava.

Todavia, como hoje é domingo e estou sem fazer nada, dediquei a minha tarde, sem qualquer compromisso, a estudar português, para me manter atualizado e, poder ajudar os meus netos, na eventualidade de precisarem de algum auxílio, na matéria.

Abri, aleatoriamente, uma velha Gramática do Napoleão Mendes de Almeida que me acompanha desde o quinto ano primário, no colégio do Padre em Rosário do Sul e eis que lá estava o Capitulo Conjugação de Verbos- Definições dos tempos verbais.

Para minha surpresa, lá estava o nosso velho conhecido verbo ser conjuntado no Presente, no Futuro, no Passado e, nos demais tempos.

Fiquei, pasmo quando vi o termo: SERIA.

Descobri que o termo SERIA se refere ao FUTURO DO PRETÉRITO e que, o verbo ser, neste Tempo, conjugado, significa:

“Para falar de acontecimentos que poderiam ter acontecido no passado, mas que não se concretizaram”.
Diante da sabedoria inquestionável do Napoleão fui levado a concluir que quando um funcionário de uma loja de Capão da Canoa atende a um cliente dizendo, atenciosamente ” o que seria para o senhor” está, na verdade, dizendo que o cliente poderia em um passado recente, ou remoto ter estado na loja e desejado alguma coisa, mas que, na verdade, nunca esteve ali e nem desejou alguma coisa.

A expressão, é então, um paradoxo porque o cliente está na loja, na frente do atendente e, com certeza, quer alguma ou muitas coisas.

Mais uma vez, valho-me da sabedoria do grande gramático do meu tempo do primário e, ele me explica, que a abordagem recomendada seria: após o cordial bom dia ou boa tarde, o que ” É “, para o senhor? ” ou ” O que o senhor DESEJA? ” Para evitar qualquer possibilidade de erro, ou intromissão de algum forasteiro abelhudo, metido a sabido.

Deixo claro que a minha intenção não é corrigir a fraseologia do comercio da terra que escolhi para morar, mas tão somente explicar para mim mesmo, uma dúvida que me atormentava há mais de doze anos e com certeza quando me for perguntado O QUE SERIA PARA O SENHOR? Eu direi, como resposta, a necessidade ou o fato que me levou a entrar na Loja e, jamais, vou recomendar, por ser um cavalheiro, que o atendente ou o dono estude conjugação de tempos verbais.

Erner Antonio Freitas Machado
Consultoria Financeira e Imobiliária
www.ernermachadoimoveis.com.br

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