O riso – Jayme José de Oliveira
Após sofrerem um acidente de automóvel que resultou em internamento hospitalar para tratamento de ferimentos, inclusive fraturas, a reação anímica dos participantes não poderia ser mais antagônica:
Personagem 1 – Que fatalidade a nossa, estamos neste hospital imobilizados, sofrendo dores cruciantes e com a previsão de um longo período de recuperação.
As atividades que planejamos estão totalmente desarticuladas, nossos negócios paralisados e nunca mais voltaremos a gozar da saúde que era o nosso apanágio.
Personagem 2 –Considerando a gravidade do acidente, graças a Deus sobrevivemos e dentro em breve poderemos voltar às nossas atividades e ao convívio de nossos entes queridos.
Enquanto um lamenta a desdita o outro demonstra uma inabalável convicção que o futuro não se vislumbra lúgubre. Considerando estas formas díspares de encarar uma desdita, podemos analisar a forma pessoal de encarar a ocorrências, não apenas no fato em foco, também no dia a dia.
Quando a tendência é nos deixarmos mergulhar num pessimismo frustrante, os resultados anímicos serão inevitavelmente desalentadores.
Se, pelo contrário encararmos tudo de maneira a procurar, mesmo nas ocorrências adversas uma visão proativa, a nossa vida e a convivência com os demais participantes terá sempre consequência um futuro alentador. Lembro um ditado popular que se ajusta como uma luva: “Uma gota de mel atrai mais moscas que um barril de vinagre”.
Todo este preâmbulo para gizar de forma percuciente que podemos organizar a nossa vida de forma mais agradável quando nossa veia otimista norteá-la, deixando os maus humores no “fundo do baú”.
Por sinal, estou lendo o romance “O enigma do quarto 622” de Joel Dickel, do qual extrai o texto que anexo:
“O riso é mais forte que tudo, mais forte até que o amor e as paixões. O riso é uma forma inalterável de perfeição. É algo de que nunca nos arrependemos, que sempre vivemos plenamente.
Quando termina estamos sempre satisfeitos, gostaríamos de mais, mas nos resignamos. Até a lembrança do riso é sempre agradável.” (Sol Levovist em “O enigma do quarto 622”, pg. 185, romance de Joel Dickel)
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado