O Uso de Medicamentos na Prevenção do Suicídio – Dr. Sander Fridman
O Uso de Medicamentos na Prevenção do Suicídio
O avanço nas opções e na compreensão especializada em torno do uso de medicamentos psiquiátricos mudou radicalmente a perspectiva de melhora dos sintomas emocionais, cognitivos e do comportamento, em relação ao que se tinha poucas décadas atrás.
Tratamentos de muitos anos, resultados muito incertos e a máxima responsabilidade pela “cura” depositada nos ombros do próprio paciente, não são qualificativos de um bom recurso que deve correr contra o tempo para ajudar pessoas que estão à beira de desistir de tudo – inclusive de suas chances frente a algum tratamento qualquer.
Mesmo inexistindo panaceia alguma capaz de impedir toda e qualquer tragédia, muitas circunstâncias clínicas psiquiátricas são passíveis de controle medicamentoso de modo relativamente ágil e acessível.
Algumas abordagens psicológicas brevíssimas, que devem ser bem dominadas pelo profissional capaz de atender crises com riscos, ajudam igualmente a potencializar a motivação do paciente para o tratamento, e a orientar os familiares, amigos ou seu suporte social, a melhor apoiá-lo ou a ela em seus piores momentos.
Tanto a intervenção psicológica como a medicamentosa, para que sejam tão rapidamente eficazes quanto possível, dependem de um ótimo domínio da “psicopatologia diferencial”, ou seja, da capacidade de discriminar quais medicamentos e intervenções psicológicas poderão melhor ajudar ou, ao contrário, até mesmo atrapalhar, piorando os riscos. O que infelizmente não configura jamais a certeza de resultados sempre felizes!
Depressão com ansiedade, trocas rápidas de humor, depressão com dor crônica e outras doenças invalidantes, vozes e pensamentos que comandam o suicídio ou que acusam de culpas e falhas imperdoáveis,pessimismo extremo, depressão com abuso de álcool e drogas, depressão com muita desconfiança das pessoas que ama, depressão com impulsividade – todos estes são prenúncios de que algo de muito terrível poderá acontecer a qualquer momento, sempre surpreendendo a todos, e que, com a devida e pronta intervenção poderá ser, muito possivelmente,
prevenida, para o bem de todos.