Colunistas

O vinho melhor – Por Dom Jaime Pedro Kohl

IMG_1180-195x300111111111O evangelho das Bodas de Caná, vem completar a epifania de Jesus. Ele foi convidado a uma festa de casamento junto com seus discípulos. Sua mãe, também, estava lá.

Como veio a faltar vinho, ela apresenta a questão ao seu Filho, o qual parece não mostrar interesse, mas acaba por se envolver.

Maria diz aos servos: “fazei tudo o que vos disser”! Jesus, que antes mostrara indiferença, agora age e pede aos servos de encher as talhas de água. Depois de abençoá-la ordena que seja servida aos convivas.

O mestre sala, que nada sabe da sua origem, elogia o “vinho melhor” deixado para o fim da festa.

Tudo aqui está carregado de um sentido figurado. A manifestação da glória de Jesus é a revelação da sua identidade e missão. O evangelista João não fala em “primeiro sinal”, mas em “início dos sinais de Jesus”; não pronuncia o nome “Maria”, mas “a mãe de Jesus”; Jesus não a chama de mãe, mas “mulher”; ainda, fala que a sua “hora não chegou”.

A alusão “outra mulher” e “outro homem” que romperam com a harmonia, estragaram a festa da humanidade, agora parece se recompor com a participação fiel de “Outro Homem” e de “Outra Mulher”. Chegou a hora da salvação.

As talhas de pedra para a purificação que estavam lá e vazias, podem indicar o ritualismo vazio do tempo de Jesus que nada purifica.

O “vinho melhor”, sinal de realização da promessa messiânica, de chegada da Nova Aliança: o Novo Casamento de Deus com a humanidade. O momento é novo e a expectativa é nova. A novidade é Ele: Jesus! Por isso, “quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida”.

Ele está aí e nos espera. É só chegar e entrar. O que estamos esperando? Somos chamados ao novo casamento. Ele nos quer felizes e realizados, em comunhão consigo.

Além do sentido teológico o fato nos faz pensar a essa realidade bonita e santa do matrimônio. Embora todas as polémicas e discussões que se fazem sobre ele, há no ar sinais de esperança e de valorização do matrimônio cristão.

Tomara que isso cresça, mas para isso precisamos de pessoas mais espiritualizadas, embasadas em valores duradouros, livres do consumismo e animados pela fé que nos introduz para a festa do “vinho melhor”.

Ele nos espera para um relacionamento novo, edificante e vivificador.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br

Comentários

Comentários