Opções – Jayme José de Oliveira
PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
OPÇÕES
A Economia de um país não difere essencialmente da de uma família, para se manter sustentável as despesas não podem superar os rendimentos. Quando por gastos excessivos, principalmente se perdulários o desequilíbrio ocorre, o futuro prenuncia desastre.
Países cujos dirigentes mantém um controle rígido e equilibram o orçamento, quando ocorrem períodos conturbados – a atual pandemia permite que se constate – sofrem percalços, a população se vê na contingência de “apertar o cinto”, porém, paulatinamente vislumbram a luz no fim do túnel e podem inclusive dar amparo aos que preferem “chorar as mágoas” em vez lutar para sair do enrosco.
Não será desperdiçando os parcos recursos disponíveis no supérfluo que enfrentaremos a crise com possibilidades de êxito. Sempre há possibilidades de escolhas racionais, optar pelo interesse coletivo em vez de olhar para o próprio umbigo de forma egoísta.
Repito, os recursos existentes devem ser disponibilizados em questões prioritárias, em projetos que venham em socorro das necessidades da população e não para interesses de grupos restritos, sejam quais forem.
Estamos enfrentando uma situação de escassez de energia elétrica que não pode ser subestimada e exige um aumento de geração e distribuição em todo o país, para conseguir este resultado virtuoso devem ser aportados recursos na ordem de bilhões de reais.
Absurdo dos absurdos, está sendo proposto um aporte de R$ 5,7 bilhões para financiar a campanha eleitoral de 2022.
Para comparar, uma usina nuclear como a Angra 1 teve um custo – atualizado – de R$ 8,5 bilhões e fornece energia para um milhão de consumidores. Ponha numa balança a prioridade dessas despesas, com toda a sinceridade, onde o leitor utilizaria verba desta monta? ONDE?
O Fundo Eleitoral tem como uma das finalidades diminuir a influência, posterior às eleições, dos financiadores particulares, empresas que cobrarão dos eleitos “facilidades” e prioridade nas contratações de obras subsidiadas com verbas do orçamento.
A finalidade, moralizar os empenhos orçamentários é legítima, mas acompanhemos como que se processou a escalada dos valores:
Até o governo da presidente Dilma Rousseff, R$ 280 milhões, ocasião em que foram solicitados R$ 2 bilhões. A presidente reduziu para R$ 867,5 milhões.
Em 2018, R$ 1,731 bilhão.
Em 2022 solicitam R$ 5,7 bilhões.
Questiono: Há equanimidade, possível equiparação de necessidades no emprego dessa montanha de dinheiro?
Se me fosse dado opinar, sem dúvida, não aprovaria este absurdo! Se aprovado, descobriremos um dos motivos de como a dívida do Brasil catapultou de R$ 852 bilhões em 2002 para R$5,3 trilhões em 2019. Nós e nossos descendentes arcaremos com o compromisso de pagar o que irresponsavelmente foi e continua sendo dilapidado, no Brasil e em obras no exterior.
Atentem, em 19 anos multiplicamos por 6 a dívida que fora acumulada em 180 anos – desde a Proclamação da Independência (1822), quando ocorreram: a Guerra do Paraguai, duas Guerras Mundiais, duas Ditaduras e despesas exorbitantes como Brasília e outras.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado