Operação desmantela esquema de lavagem de dinheiro milionário em postos de gasolina no RS
A Operação Benzina, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (11/10), prendeu 12 pessoas e desarticulou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro envolvendo facções criminosas no Rio Grande do Sul. A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DRLD) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), apurou movimentações financeiras ilegais que ultrapassam R$ 18 milhões.
O esquema utilizava postos de gasolina, lojas de conveniência e de eletrônicos para reciclar capital obtido em crimes como extorsão, tráfico de drogas, receptação e roubo. Durante dois anos de investigações, a polícia identificou como o dinheiro ilícito era misturado ao capital legal e transferido para empresas ligadas à facção.
Entre as ações realizadas, cerca de 475 ordens judiciais foram cumpridas em 11 cidades, incluindo Porto Alegre, Eldorado do Sul, Xangri-Lá e Tramandaí. Além das prisões, houve bloqueio de contas de 41 pessoas físicas e jurídicas, sequestro de bens de luxo como carros importados e barcos, e afastamento de sigilos bancários e fiscais.
Postos de gasolina na mira
Um dos postos de combustíveis, localizado na capital, registrou faturamento suspeito com mais de 50% das transações realizadas em dinheiro vivo, muito acima da média do setor. Além disso, a polícia descobriu transferências financeiras feitas por esses postos para familiares de presos, incluindo condenados por roubos a agências bancárias.
Disputa entre facções e homicídios
A operação revelou também a ligação de facções rivais em disputas territoriais que têm gerado mortes no Estado. Um gerente do esquema foi assassinado durante as investigações, e, após sua morte, um posto de gasolina vinculado à facção foi transferido fraudulentamente para manter as operações.
Rede de lavagem sofisticada
O gerenciamento dos negócios era realizado por familiares e laranjas, enquanto os líderes da facção administravam remotamente ou mesmo de dentro de presídios. Um empresário, já indiciado por homicídio, também foi identificado como cúmplice no esquema, com patrimônio que incluía imóveis de luxo e embarcações registradas em nome de terceiros.
A Operação Benzina continua com novas diligências previstas. A ação reforça o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, atacando as bases financeiras das facções criminosas.