Os meninos do Brasil - Sergio Agra - Litoralmania ®
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Os meninos do Brasil – Sergio Agra

Os meninos do Brasil - Sergio Agra
Sergio Agra

SERGIO AGRA – Intelectual não vai a praia. Intelectual bebe.

OS MENINOS DO BRASIL

Ricardo Vélez Rodríguez, atual Ministro da Educação écolombiano naturalizado brasileiro,nascido em Bogotá.

Vélez é teólogofilósofoensaísta e professor. Suas visões políticas são, como a maioria dos membros do Governo Jair Bolsonaro, de extrema-direita.

Até aí, morreu o Neves.

Se Bolsonaro efetivamente não estiver amarrado em camisa de força ou com o rabo preso ao apadrinhamento de representantes de partidos que lhe deram estofo para vencer as eleições, é poder discricionário do Presidente da República a escolha e nomeação de seu staff em todos os seus escalões.

Mas, afinal, quem foi a figura acaciana (o Conselheiro Acácio, uma das personagens da obra O Primo Basílio, de Eça de Queirós. Esta figura fictícia tornou-se célebre como representação da convencional idade e mediocridade dos políticos e burocratas portugueses dos finais do Século XIX, sendo até a atualidade utilizada para designar a pompa balofa e a postura de pseudo-intelectualidade utilizada por muitas das figuras públicas brasileiras) que soprou ao ouvido de Bolsonaro o nome desse chibcha pré-colombiano para ocupar a cadeira do Ministério responsável pela formação dos futuros cidadãos brasileiros: o Ministério da Educação.

Destrambelhado como alguns de seus pares –Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Internacionais) e Damares Alves (Direitos Humanos), sem considerarmos os “Irmãos Metralhas”, Flávio, Paulo e Carlos Bolsonaro–,Vélez Rodríguez de moto-próprio encaminhou para as escolas de todo o país um e-mail que gerou grande polêmica: determinou a execução do Hino Nacional Brasileiro nas escolas e que todas as crianças deveriam ser filmadas.

Como argumento para semelhante decisão ele concitou: – “Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a serem desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de você, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.

Alto lá, farroupilha! De “boas” intenções o inferno está cheio e “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!” fora mote de campanha eleitoral que se encerrou há exatos quatro meses!

Ora, o pretendido ato de filmar as crianças induziria pensar ser a gravação um documento confidencial para serventia de uma SchutzStaffel (SS, organização paramilitar nazista), um DOI-CODI, um SNI, de tristes e trágicas memórias.O Brasil continua parecendo um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.

Na segunda metade da década dos anos 50 eu era aluno de Escola Estadual, o Grupo Escolar Rio de Janeiro, em Porto Alegre. Invariavelmente, às segundas-feiras, a exemplo das demais escolas públicas, reuníamo-nos no pátio do educandário, cantávamos o Hino Nacional e hasteávamos a bandeira. Nas sextas-feiras a arriávamos e ao som das vozes infantis entoávamos o mesmo canto.

Se minha geração cresceu sabendo executar na íntegra a letra do Hino e respeitando o lábaro estrelado foi por livre e espontâneo respeito aos símbolos pátrios. A inércia, a incompetência e o mau-caratismo dos governantes e seus sicários nos últimos quarenta anos (mais preocupados em rapinarem os tesouros nacionais) foram eficazes nos seus objetivos de desmoralizá-los (os símbolos) e manter o povo civicamente inculto e ignorante.

Os eventos públicos são a prova cabal disso tudo.Assistimos nas faustosas arenas do futebol, construídas e superfaturadas durante o governo Lula da Silva em troca de propinas das poderosas empreiteiras, ao histérico gentio saracoteando, gritando, batendo tambor, soprando vuvuzelas, ao atleta do futebol mascando chicletes e dando pulinhos de aquecimento durante a execução do Hino Nacional.

O colombiano-tupi-guarani que oraestá titular do Ministério da Educação (por pouco deixou de se utilizar os tanques, os urutus e os blindados) desrespeitou e atropelou o direito individual de imagem dos alunos e seus professores. As crianças inocentemente, se expostas, estariam “assinando ficha” para uso futuro dos arquivos secretos de uma eventual agência de inteligência.

Por esses atos adoidados vem à memória a figura psicopata de Adolf Hitler, que provou para a História da Humanidade que política dá sempre errado. Tudo o que ele mais queria era acabar com o comunismo e com os judeus. No final da Guerra a União Soviética virou superpotência e os judeus conseguiram fundar Israel.

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