Colunistas

Os negros e a Igreja de Roma

Lendo as notícias no Litoral Mania deparei-me com uma que me parece um tanto fora de contexto, senão vejamos: haverá encontro de intelectuais, inclusive estrangeiros, representantes de países africanos, sobre a cultura negra em nosso litoral o que coincidirá propositadamente com uma festa da Igreja de Roma.

Quero lembrar que os negros não são uma raça e sim uma etnia. Por raça entendo a humana. Segundo sei, a raça humana teve origem no oriente, ou seja, no continente africano. Quero lembrar igualmente que os negros foram trazidos ao nosso país, como se animais fossem haja vista que eram capturados, e aqui vendidos como mercadoria. Era-lhes fornecida uma ração diária, não por humanidade e sim como combustível para que a “máquina” no dia seguinte estivesse em condições de trabalhar. Não podemos esquecer que os senhores se serviam das mulheres e mesmo filhas dos seus escravos para atender seus desejos sexuais. Imagino como viviam essas criaturas, privadas de tudo o possível. E é exatamente aqui que entra a Igreja de Roma, conferindo aos escravos nomes cristãos, parece-me que preferencialmente nomes de “santos”. Essa é uma violência como outras tantas praticadas em nome de Cristo. Ainda hoje vemos o fruto de tamanha brutalidade.

Os negros da Bahia têm uma cultura afro-brasileira preservada e a vendem muito bem na Europa. Aqui foi tamanha a barbárie que tomaram ao negro a identidade, tendo ele perdido o orgulho pela cor de sua pele e foi “branqueado” culturalmente falando. Assim sendo, honestamente não vejo a razão de terem forçado a coincidência de tais eventos.

O GATO
 
Segunda-feira desta semana houve a oitiva do senhor Guilherme Sociais Vilela na CPI da Assembléia Legislativa que investiga os famigerados pedágios.  Na semana anterior, o senhor Cloraldino Severo que foi Ministro dos Transportes da República no período ditatorial, disse conhecer este senhor e que ambos foram amigos de infância, não disse onde, mas sei que ambos são de Uruguaiana.

O senhor Cloraldino Severo disse mais ainda, disse que Vilela não é honesto. E ficamos sabendo, todos nós que pudemos assistir ao depoimento prestado por Vilela naquela Casa Legislativa. Foram várias horas. O senhor Vilela, em vários momentos fez questão de frizar que havia sido amigo da economista Denise Zaions, funcionária da tal AGERGS, mas concursada. Chegou mesmo a insinuar que ambos jantavam juntos com freqüência. Felizmente os Deputados fizeram questão de ignorar tais insinuações.

Reproduzido um CD de áudio, gravado pela economista, ficou claro que o senhor Vilela tem ojeriza pelos atuais Deputados, tanto é verdade que cumprimentou apenas dois deles ao chegar à sala da Comissão, além obviamente do Presidente dos trabalhos. Dirigiu cumprimentos ao relator, o Deputado Berfran Rosado, ao que parece ser seu amigo íntimo e ao jornalista Deputado Paulo Borges.

Quando rodaram o CD, ouviu-se claramente que o senhor Vilela se referia com desdém ao Deputado Marcon do PT, dizendo “Aquele sem terra, é ignorante, mas não é burro”.

Igualmente desdenhou de outro Deputado, Paulo Azeredo, este do PDT, ao qual referia-se de forma debochada como sendo “aquele que inventou o trem bala para Torres”. Houve momentos em que o Presidente dos trabalhos necessitou pedir ao pessoal da imprensa presente que fizesse silêncio para não prejudicar o andamento dos mesmos. Perguntado pelo Deputado Marcon se ele confirmava o que havia dito ao início do depoimento, ou seja, que havia sido Prefeito de Porto Alegre por duas vezes, confirmou.

Então Marcon perguntou ao mesmo quantos votos fizera e ele ironicamente respondeu que fora “eleito” pela Assembléia, ao que Marcon retrucou que é detentor de 53.000 votos. Quase ao final dos trabalhos o depoente informou que nada a AGERGS pode fazer contra as Concessionárias vez que não há lei que permita aplicar multas. Não podemos esquecer que foi ele o autor de tal lei e se a mesma é omissa é por sua exclusiva culpa. Explicou que foram,  ano passado, aplicadas várias multas e lembrou uma de mais de R$ 2,0 milhões contra a CEEE por problemas decorrentes de “gatos”.

Neste instante os repórteres se inquietaram e Vilela olhando para onde os mesmos estavam disse: “Há algum gato ali?”, ao que em coro e como resposta se ouviu, “o gato está aí”. Para quem eventualmente desconheça este cidadão, aqui vão algumas informações sobre o mesmo. É bacharel em Ciências Econômicas, bancário aposentado (trabalhou no BRDE), Foi Deputado Estadual, autor da Lei da Concessão de Estradas, depois foi Secretário de Transportes tendo implantado efetivamente os pedágios em rodovias. A seguir, foi Conselheiro da AGERGS, representando o Estado e hoje é Conselheiro daquela Agência, desta vez, porém como representante dos Concessionários.

No correr da semana foram descobertas Notas Fiscais frias em processo que corre na Justiça Federal em Novo Hamburgo e do qual a AGERGS negou a existência à Assembléia. Tais Notas foram emitidas à Construtora Sultepa, sócia das concessionárias. Essas Notas Fiscais equivalem a despesas não realizadas da ordem de 35,0 milhões e serviriam para justificar o não investimento contratado e igualmente para justificar mais um aumento nas tarifas de pedágios. Nesta altura só há uma forma de salvar nossos bolsos, que é a intervenção do Ministério Público para colocar essa mega-quadrilha na cadeia.

Se você leitor quiser saber sobre Xangri-Lá, onde resido, acesse o www.praiadexangrila.com.br, mantido por mim.

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